O Paraíso das Damas (Émile Zola)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

 
 
O livro que hoje vos falo, «O Paraíso das Damas», foi escrito pelo autor Émile Zola (nascido a 2 de Abril de 1840, em Paris).
Depois de ter vindo parar às minhas mãos de uma forma muito peculiar, e interessante, este livro narra a história da jovem Denise, uma órfã de vinte anos acabada de chegar a Paris com os seus dois irmãos mais novos.
Deslumbrada pelas grandes lojas de Paris, que começavam a revolucionar o comércio da época, Denise começa desde logo a trabalhar na loja que de imediato a encantou: «O Paraíso das Damas».
O tão aclamado “fascínio pelo trapo” encabeçado pela mulher é descrito por Zola em toda a obra, sublinhando a negrito os contornos da cidade moderna que começa a impor-se, as mudanças do comportamento quer do homem, quer da mulher, das classes e do consumismo.
Baseado neste último, “O Paraíso das Damas” é assim o poço encantado onde as mulheres se vão afundando na ingénua procura do ouro, metaforicamente traduzido nesses trapos, nesses tecidos que parecem ter a solução para tudo. Uma loja que se expande pela mão decidida do magnata Octave Mouret, sedutor nato e certo de compreender a natureza da mulher, certo de ser essa mesma compreensão a chave do seu sucesso. Até ao dia em que cruza com a jovem descabelada de nome Denise. Magra, desinteressante aos olhos, beleza baça, de olhar inerte, esta jovem parece nada ter a dizer, ou pouco lugar a ocupar.
Num cliché romântico, Octave Mouret vê a sua vida virada do avesso quando Denise é a única das mulheres a não se encantar com qualquer trapo ou quantia avultada de dinheiro. Nem tão pouco um convite para jantar.
Este livro reúne em si muito mais do que uma grande história de amor. Arrasta o leitor para a fantasia de uma loja de encantar tudo e todos pelas mercadorias que chegam diariamente, pelo consumismo exacerbado e, acima de tudo, pelo carácter de uma jovem a relembrar a célebre Jane Eyre (da autora Charlotte Bronte) com as suas fortes convicções, valores e uma determinação inabalável, capaz de fazer frente aos seus próprios sentimentos, quando necessário.
Como digo, mais do que uma história de amor, “O Paraíso das Damas” é um apontar de dedo a uma nova época, um despontar de novos valores e comportamentos e, no final, a determinação de uma mulher capaz de traçar o seu próprio caminho contra o peso das normas que regem uma sociedade.
 
Boas leituras!
 
 
Podem também ver a série "The Paradise", baseada no livro de Émile Zola.
Aqui têm o trailer:
 
 
 

1 comentário:

Carmen disse...

E como se arranja esse livro?

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