O Pintassilgo (Donna Tartt)

domingo, 30 de novembro de 2014

Um mês depois, trago-vos aquilo que me ficou de «O Pintassilgo» de Donna Tartt. Uma autora que, desde já, devo dizê-lo, admiro muito desde aquele estranho fascínio em 2009, curiosamente, pela capa do seu livro «A História Secreta». Coisas.
Devo dizer que senti diferenças significativas em termos editoriais, para aqui pouco chamadas, mas senti. Relembro que os dois primeiros livros da autora, em Portugal, foram lançados pela Dom Quixote. Não sei se quem já os leu, a todos os livros da autora, sentiu o mesmo, ou se fui apenas eu. Diferenças que nem eu consigo explicar bem, mas acredito que foram significativas sem, no entanto, retirarem o talento que é absolutamente indiscutível da brilhante autora que é Donna Tartt.
Há sempre uma sinistralidade nos seus livros. Há o crime. Há o sinistro. Há o cinzento. Há uma densidade que corta em cada personagem que cria, e arrasta, cada leitor no caminho que decidiu traçar. E que caminho este.
Em torno de um pintassilgo. Um pequeno pintassilgo acorrentado.
 

Em torno do poder da arte. De uma imagem. Da magia da arte e no poder desta na vida de quem por ela passa.
Esta é a história de Theodore e a dor lancinante de perder a sua mãe, após um atentado no museu que visitavam. E do nada, como a vida se mostra, determinada e inconstante na mesma medida, retirou-lhe certezas e adicionou-lhe escapes. Escapes que andaram, durante toda a sua vida, aliados a essa obra de arte. «O Pintassilgo» de Fabritius acompanha Theo ao longo de uma vida sem chão, onde a arte se torna num refúgio sereno de lembranças inconcebíveis de se permitir esquecer. Como uma tábua de salvação. Como um fio invisível a ligar passado, presente e um futuro que desconhece qualquer enredo possível.
Desnorteado, Theo limita-se a viver os dias que lhe vão surgindo, na força pesada de quem não quer lembrar e é precisamente nessa anedonia, que muitas sombras surgem e lhe formam o caráter. A vida de um miúdo de 12 anos entregue a si mesmo, empurrado de mão em mão, a terminar num mundo esperado de drogas, em esperadas visões alternativas, culminando em desfechos que, de certo, já esperaria.
Este é um livro que merece ser lido, pois acredito que a perceção de cada um, por ele, será um pouco diferente. Não fosse centrado numa obra de arte, passível de interpretações tão distintas.
Um livro baseado numa obra de arte, refletida na vida de um jovem que nela assenta cada passo que deu. Um reflexo de como precisamos de alicerces. De uma base que justifique, de alguma maneira, as escolhas que tomamos. Certas ou erradas.
Mas que tomamos. Por uma força muitas vezes difícil de explicar. Essa força que não traz guia de instruções, que não permite moralidades prévias, não permite nada.
A força do coração. Que só permite sentir. E andar. Para a frente.
 
Arriscar.
 
 
Sendo eu desde muito tempo admiradora assumida de Donna Tartt, muito me apraz poder recomendar, com as duas mãos, mais um dos seus BRILHANTES livros.
 
Boas leituras.
 
 
 
Ao som de: Endless Melancholy "Somewhere"
 

Citação

 
 
 
Retirado Pinterest

Felicidade e Loucura...

domingo, 23 de novembro de 2014

 
 
 
 
 
 
... andam sempre de mãos dadas.
Juntem-lhe a dança e temos a combinação ideal ;)
Shake It Off! Shake It Off!
 

[Repetindo] Um Grande Salto (Nick Hornby)

 
Porque sim. Porque há livros que ficam.
E filmes também.
 
 
 
 
 
 
Um livro aparentemente simples. Um filme igualmente simples.
Mas muito bom.
 
 
 
"Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my Wonderwall"



Recomendo, outra vez ;)

Boas leituras.
 


Livros com pernas

sábado, 22 de novembro de 2014



 
 
Às vezes questiono o porquê de não serem os livros as pessoas, e as pessoas livros que se possam arrumar em estantes?
"Não entendo muito bem esse teu capítulo..."
 
Devaneios de um Sábado
(risos)
 
 

Não confudam...

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

 
 
 

Não são SAPATINHOS no Natal. Trata-se de um Natal com LIVROS no sapatinho ;)
 
 
 
 
Promoção da Leitura com o Grupo Imaginauta

Citação

terça-feira, 18 de novembro de 2014

 
 
 
 
 
 

Combinações Perfeitas

sábado, 15 de novembro de 2014

O casaco de lã. O café. As bolachinhas. A lareira. E o livro.
Tudo junto, numa combinação mais que perfeita! ;)




 
"Grande e nobre é sempre Viver simplesmente."
(Ricardo Reis)
 
 
Bom Sábado. Boas leituras!

10 Razões para Oferecer Livros no Natal :)

domingo, 9 de novembro de 2014

Iniciativa do Grupo Imaginauta, (http://imaginauta.net/) vamos promover a leitura, oferecendo livros neste Natal!
Vejam aqui 10 boas razões ;)
 
 
Livros! Muitos livros!!!
:)
 

No Café da Juventude Perdida (Patrick Modiano)

sábado, 8 de novembro de 2014

 
 
A meio do caminho da verdadeira vida,
encontrávamo-nos rodeados por uma angustiante
melancolia, expressa por tantas
palavras tristes e deprimentes, no café da
 juventude perdida.
GUY DEBORD
 
 
 
"(...) se Louki entrou no Condé pela primeira vez em Outubro, foi por ter rompido com uma parte da sua vida e querer COMEÇAR DE NOVO, como se lê nos romances." (p.17) 
O livro de Patrick Modiano, de sensibilidade acrescida e repleto de personagens sofisticadas do ponto de vista psicológico, traz-nos uma história que de tão simples se torna, paradoxalmente, complexa pelos sentimentos que despoletam.
Louki, mulher que surge de um nada em nada vazio, parece capaz de mudar a perspetiva e a vida de todos por quem cruza. Nesse seu mistério de quem diz as palavras erradas mediadas pelo silêncio das corretas. Apenas para os mais atentos.
Uma mulher. Um café. E uma juventude perdida. Em si mesma, ou numa sociedade que terá já pouco para oferecer. Mas mais importante ainda, os meandros de cada um e aquilo que a si mesmo poderá oferecer.
É em Louki que toda essa jornada acelera, e todas as questões nascem como cogumelos em dias de chuva, assim, numa rapidez que estonteia e deseja respostas num aqui e agora, impossível de obter. Impossível. Pois como se pode pôr mão nos afetos de cada um, sem pedir licença para entrar?
 
"-Nunca compreendi por que razão...Quando amamos verdadeiramente alguém, importa aceitar a sua parte de mistério..." (p.104)
 
Mundo complicado esse, o teu, Louki. Mundo complicado esse, que engloba toda uma juventude perdida que entre dúvidas e respostas, aqui e além, caminham somente na certeza da dúvida.
Na dúvida de não se escreverem as mais belas histórias. Com fins improvisados à força de um sentir descontrolado, que salta para fora de si mesmo.
Nessa complexa simplicidade.
 
 
 
Mr Writer, why don't you tell it like it is?
 
 
"Toda aquela claridade cintilava em mim como uma luz, viva, radiosa. E assim será, até ao fim." (p.110)
 
 
 
Patrick Modiano, escritor francês, laureado com o Prémio Nobel de Literatura 2014.
Primeira obra que desbravo.
Em nada insatisfeita.
 
Recomendo.
Boas leituras.




Ao som de: "Stereophonics - Mr Writer"

Sem tempo. Mas com saudades ;)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

 
 
She stepped into the park
I gave up looking for angels
Each moment loving the last one
The fear is walking us by
I understand all her demons
Relying on the day she will see
Shine on
 
Your freedom,I cannot bear
I'll try to be immune to the sadness
Now I pretend we are lovers
I keep wondering why
Shine on
 
You defy, I remain
Prisoner of your decisions
I dream, you laugh
I can remember how it started
One day, you'll see
Detaills will make all the difference
I love you, goodbye
Now you know i'm gone
Shine on
 
 
BLIND ZERO - SHINE ON




Sem muito tempo para ler, sobra a música como antídoto natural.
E que livros poderiam ser feitos a partir de uma música?


Boas leituras. Com inveja descarada!
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