Há Penguin no Correio!

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

 

Chegamos a casa e somos surpreendidos com estes meninos.
Gosto de todos.
E já li um ontem à noite.
 
Passo em breve para vos falar dele.
 
 
Bem Haja Penguin Random House
         💕
 
         
 
Boas leituras,

No Mundo de Proust

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

 
Ilustração de: Carolita Johnson
 
:)
 

Estamos lixados

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Fonte: Leya Online
 
Atendendo à pequena percentagem de pessoal leitor,
a nossa margem de confiança estará, então, reduzida à insignificância.
 

Estou muito agoniada.
 
 
 
 
 

A Confissão da Leoa (Mia Couto)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

 
Aparentemente poderíamos dizer que este livro de Mia Couto é sobre caça. Caça a uma leoa. E a um leão. Desenfreados a matar gente. Mas creio que é muito mais do que isso. Uma analogia muito bonita, e marcante, sobre a fera que cada um carrega em si mesmo.
 
É a história de um caçador, de um escritor e de uma mulher, Mariamar que, ao leitor mais sensível, permanecerá na memória durante muito tempo.
 
De um momento para o outro, numa remota região no norte de Moçambique, assiste-se a uma tragédia galopante com mortes sucessivas provocadas por ataques de leões. A partir daí, são chamados ao local pessoas capazes de deter as feras: um caçador, acompanhado de um escritor que registará a experiência.
 
Entrelaçada à situação inicial, conheceremos as motivações de cada personagem, os seus medos e anseios. Um caçador que deseja a última e derradeira caçada. Caçada, essa, que nada tem a ver com essa leoa que corra, desenfreada pelos matos. Um escritor perdido em si mesmo que aprenderá, fruto de uma experiência de grupo nunca antes vivida, a olhar para o lado e a perceber, agora, a capacidade de ampliar o olho e a escrever com uma precisão, até então, desconhecida.
 
E há essa mulher. A mulher que representa todas as mulheres perdidas em si mesmas. Mariamar.
 
Mais do que o desejo de caçar e resolver, este livro de Mia Couto é o confronto com o passado, com o trauma, com o medo e com os desejos escondidos em cada um. Aliado a uma espécie de misticismo de um lugar diferente, o autor lança temas sem se perder em magias que poderiam condicionar, de antemão, uma ideia que considero ser a mais importante neste pequeno livro: o desejo de enaltecer a vontade de ser e essa "espera do que pode ser vivido".
 
 
"Só há um modo de escapar de um lugar: é sairmos de nós.
Só há um modo de sairmos de nós: é amarmos alguém."
 
 
Boas leituras!
💕

O grão de bico

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


A imaginação do Principezinho de 3 anos. 

In the end...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

 
 
Que bonito.
 
Imagem: Pinterest
 
 

Sobre a Inteligência

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

 
O que é a inteligência?
Uma das perguntas mais pertinentes a se ter em conta.
Vale a pena.


Simples assim

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

 
"O que preferes para o jantar?"
 


"Pizza de ovo!"
 
Tradução direta: Omelete.

A Festa da Insignificância (Milan Kundera)

domingo, 8 de janeiro de 2017


São poucas as obras que conheço de Milan Kundera.
Decidi ler este seu último livro sem grande requisito de escolha. Penso que foi um mero "porque sim" aliado ao facto de o nomearam como o livro mais despretensioso do autor, digamos assim.
 
Apesar de não conhecer a maior parte dos seus trabalhos, gostei muito da escrita solta do autor, do seu humor aliado à necessidade de dizer sem dizer, falando a sério com a brincadeira logo ali.
 
É um livro com personagens de histórias isoladas que, ao longo do tempo, se misturam e interligam com os medos conhecidos, anseios, saudades e tantos outros que formam a pessoa no seu todo.
 
Aquilo que aparentemente nada significa, será afinal, de importância vital para um olhar mais aceso e esperançoso nos dias que se apresentam, sem dó nem piedade:
 
"(...) Atualmente, a insignificância surge-me de um modo completamente diverso do que então, sob uma luz mais forte, mais reveladora. A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Está connosco sempre e em toda a parte. Está presente mesmo onde ninguém a quer ver: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores infelicidades. Exige-se-nos muitas vezes coragem para a reconhecer em condições tão dramáticas e para a chamar pelo seu nome. Mas não se trata apenas de a reconhecer, é preciso amá-la, à insignificância, é preciso aprender a amá-la." (p.149)
 
Um livro que parece falar de nada e de tudo, junta em si traços de amizades mais e menos soltas, políticas (um pouco) ao de leve e o amor às pequenas coisas, esse, diria eu, em larga medida.
 
Recomendo.
Boas leituras!

Sobre o Amor

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

 
Garanto que vale a pena ver tudo. Tudo. Tudinho.
O Mundo está tolo.

O desinvestimento dos dias de hoje

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017


"Quando um tipo brilhante tenta seduzir uma mulher, esta tem a impressão de entrar em competição. Sente-se obrigada a brilhar também. A não se oferecer sem resistência. Enquanto que a insignificância liberta-a. Livra-a de precauções. Não exige nenhuma presença de espírito. Torna-a despreocupada e, portanto, mais facilmente acessível."
 
Milan Kundera "A Festa da Insignificância"
 
 
Eu diria que acontece precisamente o mesmo na perspetiva de uma mulher brilhante.

Estante de Serviço #7

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

 



Cuidado, falta de
__________
 
O Principezinho
Antoine de Saint-Exupéry
 
Se o leitor vivesse num planeta tão pequeno como o planeta do Principezinho, o Asteroide B612 - tão pequeno que, se levasse para lá uma manada de elefantes, teria de os pôr uns por cima dos outros; que teria de ter muito cuidado, depois de acabar de se lavar e vestir todas as manhãs, para arrancar quaisquer rebentos de embondeiros que tivessem surgido à noite, senão eles atravancavam o planeta todo; e que num dia se via o pôr-do-sol quarenta e três vezes, bastava mudar a posição da cadeira; estaria a viver uma vida simples que lhe inculcaria o hábito de ter cuidado. Regaria todos os dias a única flor que crescia no seu planeta e nunca se esqueceria.
Dar-se-ia ao trabalho, antes de partir em viagem, de varrer os seus vulcões, mesmo o que está extinto. Porque saberia que é o tempo e o cuidado que dispensa às coisas que as faz importantes. E que, se não tiver esse cuidado, acordará um dia rodeado de coisas tristes, por se sentirem irrelevantes.
Seja qual for o tamanho do seu planeta quando começar a ler «O Principezinho», garantimos que, no fim, ele terá encolhido e ficado muito mais parecido com o Asteroide B-612. E que, a seguir, viverá a sua vida com mais cuidado.

Um dos melhores livros do mundo.
 

As Raparigas (Emma Cline)

domingo, 1 de janeiro de 2017


No Verão de 1969, na Califórnia, a história de Emma Cline retrata a vida de Evie, uma adolescente igual a tantas outras que verá a sua vida transformar-se, irremediavelmente, a partir do momento em que se cruzará com Suzanne: uma jovem que, na companhia de outras, se veste de forma diferente, caminha de forma diferente, sorri de forma diferente, vive de forma diferente, muito longe de qualquer convenção social.

O encantamento que terá na vida de Evie é enorme, fazendo-a ultrapassar barreiras em que a própria jamais acreditou conseguir. O livro de Emma Cline é um retrato muito fiel das amarguras tão profundas da adolescência e o quanto o desamparo vivido nessa fase poderá terminar num abismo incalculável.
"Demorei um momento a processar esta ideia de que os pais não tinham esse direito. De súbito, pareceu-me uma verdade gritante. A minha mãe não era minha proprietária só porque me dera à luz (...)."
Ao sentir a própria família desmoronar-se, Evie percebe o quanto a vida no rancho com as raparigas faz mais sentido, longe de qualquer regra imposta por um adulto que, afinal, não consegue manter-se erguido nas próprias pernas nem, muito menos, promover os afetos na medida de outrora. Nada parece fazer sentido na vida de Evie, exceto, o encantamento quase doentio por Suzanne.
 
Suzanne é leveza e representa a liberdade e o crescimento que Evie sente que precisa, que nunca teve e que sem aquela rapariga, jamais conseguirá.
 
O primeiro livro de Emma Cline, apesar de um tema muito recorrente, a fazer-me lembrar «Raposas de Fogo» de Joyce Carol Oates ou a conhecida personagem Laura Palmer, pela fragilidade emocional e consequente rutura, consegue sobressair-se pela beleza da escrita: a autora escreve com muita sensibilidade, chegando de uma forma muito subtil ao âmago áspero da adolescência juntando-lhe, ainda, e com grande proeza, rasgos de uma poesia que surge inesperada.
 
Destaco, mais do que o enredo - que não deixa de ser muito bem conseguido - a estrutura da obra, a escrita, a forma como envolve e compra a curiosidade do leitor e guia, sem grandes aparatos, a um fim digno de filme (há, inclusive, a possibilidade da história ser adaptada ao cinema pela mão do produtor Scott Rudin).
 
"Todos nós queremos ser vistos."
 
Creio que esta frase resume, de rajada, a vida de Evie: a vontade de ser vista, de ser amada e reconhecida imperou, juntamente com um contexto de vida que a empurrou, sem questionar mas apenas para justificar, caindo num abismo que lhe duraria a vida inteira.
 
Por tudo isto, e levantando apenas um pouco do véu, só posso recomendar.
 
Boas leituras!

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