Amores, gumes e pontas de língua

sexta-feira, 28 de setembro de 2018


"Podemos dar à arte de amar o objeto de uma faca de dois gumes. De um lado mata, do outro morre. Em nenhum desses gumes encontramos a parte do à sua mercê, minha excelência. A entrega à mercê do outro seria um gume?
A arte do despejo de si mesmo é essa faca, de um, dois ou três gumes. Como uma real ordem de despejo, levada pela corrente de prestações vencidas, há alguém que lhe abre o coração, despojado de bibelôs que mascaram o verdadeiro material do móvel. Escancarado, deixa-o à mercê. Deixa-o vulnerável. Entra num incumprimento de fidelidade pessoal, com partilhas e segredos que escorrem da boca, apressados, tão negligentes.
Seja arte, seja martírio, amor que é amor faz-se acompanhar de facas. As mais afiadas para pontas de língua que ardem pelo que não dizem. Que se cortam pelo que dizem. E as mais fortes para um corte alinhado no momento certo.
Você talvez me entenda quando lhe digo que nos amores há sempre um momento certo em matéria de gumes e pontas de língua."
 
(Obrigada, Clarisse)
Sempre.

A Família Melrose (Edward St. Aubyn)

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Poderá conter alguns spoilers

«A Família Melrose», de Edward St. Aubyn, é o resultado de uma vida amargurada, fruto das crueldades de que, tantas vezes, a vida é feita. Este quinteto retrata-nos a história parcialmente biográfica do autor, vítima de abuso sexual por parte do seu pai e com a conivência cobarde da sua mãe.
 
Edward St. Aubyn nasceu em Londres, em 1960, e estudou Literatura Inglesa em Oxford. Os cinco romances sobre Patrick Melrose foram premiados, aclamados pela crítica e pelos pares, e culminaram na consagração internacional do autor.
 
O primeiro volume da história de Patrick Melrose, «Deixa lá», conta-nos a infância infeliz desta personagem. Inserido numa família aristocrática, Patrick com os seus cinco anos de idade, afasta a cortina para revelar aos leitores atentos um cenário repleto de ócio comprado, caprichos impulsionados pela riqueza, estatuto social, e sobretudo, um snobismo diferenciador. David, o seu pai, é o resultado de tudo isso e mais umas pitadas da mais pura insensatez e crueldade. Dono de si, dono do mundo, dono de tudo, é um homem irascível, doente e abusador.
Ao longo deste primeiro volume será, especialmente, focada a relação doentia entre pai e filho, entre marido e mulher, numa sombra familiar que oprime o menos sensível.

É inegável a certeza de que uma infância marcada pelo abuso, permanece para sempre. Em «Más Novas», conheceremos Patrick já com os seus 22 anos, perdido em si mesmo e no passado que não se digere. Nesta fase, o rapaz receberá a notícia da morte do seu pai, tendo de viajar novamente ao local onde nasceu. Esta parte da história não é mais do que as deambulações de um jovem que se perdeu, procurando um reencontro consigo mesmo através do mundo das drogas. Viciado naquilo que, aparentemente, só a droga lhe dá, Patrick percorre cantos e recantos na procura de mais uma dose onde, tantas vezes, a sua vida se arrisca a ir de vez. Não parece importar-se. Há a tendência de quem se quer camuflar, não validar os abusos da infância numa espécie de ingenuidade, também ela, comprada.
Ao longo de «Más Novas» assistimos à força cruel que a presença do pai teve na sua vida. O questionamento sobre o seu valor, o que fará ele agora que a presença do pai se extinguiu para sempre, como se desenhará o futuro?

A resposta parece não lhe chegar, contudo, fica-lhe um resquício de vontade em entender, de se entender e de se reencontrar num mundo que nunca sentiu, realmente, seu. Em «Alguma esperança», Patrick concentra-se numa das frases mais presentes na boca do seu pai: «Se tens um talento, usa-o. Ou serás infeliz o resto da tua vida». Como poderá um homem já maduro encontrar o seu talento? A vida continua a girar e Patrick mantém-se convicto na sua sensação de perda, de arnês quebrado, de um chão que não lhe sustenta as mágoas.
Com o dinheiro cada vez mais contado, decide que é hora de fazer algo por si. Decide estudar e concluir o curso de Direito. Um passo em frente que o levará a uma vida esperançosamente mais calma, longe do rebuliço da juventude revestida a drogas e sexo fácil.
Será o convite para uma festa com um grupo cerrado da aristocracia britânica, cercado de arrivistas e da princesa Margarida, que o fará reviver outros tempos, na certeza de que a amargura e o desamparo, jamais, lhe desaparecerão. Quer fugir dali. Quer fugir de si mesmo.

Em «Leite Materno», o quarto volume desta história, revemos Patrick numa fase nova. Está casado e é pais de dois meninos. A paternidade surge como uma espécie de acalmia, para logo de seguida, o afogar em dilemas, receios e ansiedades envoltos na fraca certeza de se tornar no pai que tanto desejaria. A amputação dos seus próprios afetos, a sua tendência à vitimização e autocomiseração parecem armas apontadas, numa crueldade de quem, por mais que tente, não foge a um passado marcado pelo abuso e, consequentemente, que lhe dita todos os passos que dá. A sua esposa, Mary, desconfia que é traída. Concentrada unicamente na maternidade, conheceremos um casal que se esqueceu de existir, mais concentrado nas vontades pessoais ou causas queridas. O adultério parece inocentemente justificado, numa nova espiral de destruição.
Também a relação com a sua mãe, a única ligação ao passado que até então que ainda se mantém viva, é analisada com pormenor. As dúvidas perante a atitude sempre tão submissa da mãe acaba por ganhar novos contornos e relevos, agora, que se encontra cada vez mais doente, menos autónoma e centrada em duvidosas causas sociais e solidárias. A tendência desta mãe é distribuir a sua própria fortuna como quem pede perdão, desesperado, por um passado do qual não se orgulha. Também ela desejou fugir às garras de um marido dominador, sem qualquer sucesso.

«Por Fim» marca-nos o desfecho desta história. Durante o funeral da sua mãe, Patrick revisita os seus lugares passados e, agora, na certeza de um fim traduzido pela morte de ambos os pais, questiona até que ponto pode, por fim, reencontrar-se. Uma pacífica espécie de redenção.

A história da família Melrose, magistralmente construída, sublinha as amarguras vividas num seio familiar muito sombrio. O poder da família é cruelmente registado por Edward St. Aubyn, obrigando-nos a refletir sobre esse lugar onde tudo começa e onde tudo pode desmoronar. A família vista como promessa falhada, os resultados esperados de um abuso, as feridas dentro de um seio a que não se pode fugir, resulta num dos livros mais ambiciosos e que, ao contrário da família Melrose, cumpre com a promessa de uma história que não se pode deixar de ler.




Boas leituras,

A ler Alain de Botton

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

 
"A criança ensina ao adulto uma outra coisa sobre o amor: que o amor genuíno implica uma tentativa constante de interpretar com a máxima generosidade o que possa estar a passar-se, em qualquer momento, sob a superfície de um comportamento difícil e desagradável.
Os pais têm de adivinhar o que quer dizer realmente o grito, o pontapé, o desgosto ou a cólera. E o que distingue este projeto de interpretação - e o torna tão diferente daquilo que ocorre na relação adulta vulgar - é a sua caridade.
Os pais tendem a partir da presunção de que os filhos, embora possam estar perturbados ou a sofrer, são fundamentalmente bons. Logo que o particular alfinete que os está a picar for corretamente identificado será restaurada a sua inocência natural. Quando as crianças choram não as acusamos de serem más ou autocomiserativas; pensamos no que poderá tê-las alterado. Quando mordem sabemos que devem estar assustadas ou momentaneamente irritadas. Somos sensíveis aos efeitos insidiosos que a fome, um trato digestivo complicado ou a falta de sono podem ter no seu estado de espírito. Que bondosos seríamos se conseguíssemos importar nem que fosse um bocadinho desse instinto para as relações adultas - se, também aqui, pudéssemos olhar para além da má-disposição e da malevolência e reconhecer o medo, a confusão e a exaustão que quase invariavelmente lhes subjazem. Era o que significaria olhar com amor para a raça humana."
 
Alain de Botton in «O Curso do Amor» | p.124
 
 
 
Pense nisto.

Chamar as coisas pelos nomes (Vânia Beliz)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


Com o presente livro, Vânia Beliz, psicóloga clínica e da saúde, ajuda-nos a chamar as coisas pelos nomes. Este é um livro sobre a sexualidade, defendendo uma abordagem longe dos conhecidos tabus e preconceitos. A autora propõe um esclarecimento global sobre cada fase do desenvolvimento da criança, do adolescente e do jovem, incidindo em estratégias essenciais e promotoras de uma vida mais esclarecida e, consequentemente, mais feliz.

O leitor terá a oportunidade de obter um conhecimento aprofundado sobre as particularidades de cada uma das fases de desenvolvimento e os comportamentos esperados que vão de encontro à vivência plena da sexualidade.
A autora enfatiza, por meio de uma escrita acessível e elucidativa, a necessidade de educar para a sexualidade. Começa tudo na infância e, ao contrário do que a maioria dos pais possam pensar, a hora de se falar na sexualidade não existe. Porque a sexualidade faz parte de nós desde o nascimento e esperar, pacientemente, pela adolescência - tida como a fase em que a sexualidade emerge -, será um erro com consequências voltadas para uma vida adulta pouco esclarecida, repleta de dúvidas que, à custa dos tabus e dos diz que não diz, assim permanecerá.
Através das diferentes etapas do desenvolvimento, a autora oferece um conjunto de estratégias específicas na gestão das emoções e na promoção de uma sexualidade informada. Temas relacionados com a erotização precoce, a estimulação genital e a descoberta de si mesmo, encabeçam algumas das áreas a considerar na fase da infância.
A chegada da puberdade é igualmente motivo para a preocupação dos pais. O sistema endócrino a cogitar com um corpo e um coração tão desarrumados, leva a autora a apontar uma série de comportamentos esperados nesta fase, bem como o sublinhado para temas de maior preocupação aos pais, tais como, as amizades, a autoestima, a internet e a pornografia.
São vários os temas desenvolvidos pela autora, todos eles da máxima relevância. A importância da primeira vez, a gravidez na adolescência e a violência do namoro, integram alguns dos temas de ordem quando a adolescência, enfim, se faz chegada.
Ao longo do livro «Chamar as coisas pelos nomes», a autora Vânia Beliz ajuda os leitores a encarar a sexualidade com a naturalidade que a deveria definir.

Rubrica «Livros com Psicologia» #2



Com o apoio,

Seja feliz,

Se esta rua falasse (James Baldwin)

sexta-feira, 14 de setembro de 2018


Há um coração vivo dentro deste livro. Pulsa agitado no ritmo desenfreado da injustiça. «Se esta rua falasse» é um livro vivo, que dentro guarda uma história mil vezes repetida e nunca repetida o suficiente. Porque histórias de amor repetem-se sem nunca se repetirem. Dizem que são únicas.
«Se esta rua falasse», de James Baldwin, não só marca a obra do autor editada pela primeira vez no nosso país (para mais informações, clique aqui), como também nos traz uma das mais bonitas histórias de amor. Uma história de amor que, dentro dela, marca um tempo, impõe uma vontade: a vontade de Baldwin em reclamar a injustiça na relação entre as raças, numa América incapaz de a reverter.
James Baldwin nasceu em 1924 em Nova Iorque. Morreu aos 63 anos, vítima de cancro no estômago. Viria a ser conhecido como um dos autores americanos mais marcantes do século XX, sobretudo, como uma das vozes mais influentes do movimento dos direitos civis. Acreditava na responsabilidade de todos na promoção da diferença, na capacidade de alertar para a injustiça, para a leviandade na gestão das relações humanas. Seria assim um problema de todos.
Nesta história conheceremos o amor de Tish e de Fonny, na cidade de Nova Iorque. Um amor que brotara ainda na infância. Já adultos, decidem criar a sua própria família.
"É um milagre perceber que alguém te ama."

Apoiados pela família, este jovem casal aluga um pequeno espaço na esperança de virem a construir o seu sonho americano. Um sonho que lhes parecia simples de alcançar, na mesma medida da sua humildade e consciência. Um dia, porém, tudo muda. Fonny é acusado injustamente de violação. É preso. Tish descobre que está grávida.

É este o cenário de uma história em que a injustiça impera, em que a necessidade de correr contra o tempo é maior do que a própria vida. A vida de toda uma família que é empurrada por caprichos sociais, por uma diferenciação que se sente e capaz de ser cortada à faca. Um empurrão forçado a que se faça justiça num mundo repleto de entraves.

 "Não acredito que exista um homem branco neste país que seja capaz de se excitar, de ficar com a pila dura, se não ouvir um preto a gemer."
Com «Se esta rua falasse», James Baldwin prioriza aquela que sempre foi a sua temática de ordem: a da injustiça social, a alienação social, a tendência ao rótulo, a relação triste entre raças quando, no fundo, ser pessoa deveria bastar.
Através de um não gritante que afasta a suposta relevância da raça, do género ou da orientação sexual, o autor oferece-nos, através de uma inesquecível história de amor, um relato consciente e cruel sobre a diferença num país em que o alvo parece ser sempre o mesmo.

O lugar do amor e do riso

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

 
"Acho que deve ser raro duas pessoas conseguirem rir e fazer amor ao mesmo tempo, fazer amor porque riem, rirem porque estão a fazer amor. O amor e o riso vêm do mesmo lugar: mas poucas pessoas lá chegam."

James Baldwin in "Se esta rua falasse"

A distância entre mim e a cerejeira (Paola Peretti)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018


Em «A distância entre mim e a cerejeira», da italiana Paola Peretti, conheceremos a história de Mafalda, uma menina afetada pela doença de Stardgardt, uma doença genética que provoca a perda de visão. A menina de nove anos sabe que, mais cedo ou mais tarde, perderá por completo a visão e o escuro que teme, tomará conta dos seus dias.
 
Algumas notícias deviam vir sempre acompanhadas de um gato para abraçar.

Uma história autobiográfica, centrada na vida da própria autora, este é um livro que compra a atenção às maiores prioridades da vida. É um livro de superação, de esperança e, paradoxalmente, de um abrir de olhos para o que nos é, verdadeiramente, essencial. Tal como o Principezinho que ficou abismado por nenhum adulto conseguir compreender o desenho da sua jiboia, apreensivo pela incapacidade de enxergar dos adultos, também Mafalda virá a perceber a grande máxima de que «o essencial é invisível aos olhos».
 
"(...) É estranho sentir-me com sorte pelo que se pode fazer mesmo sem os olhos. E sem óculos."

O percurso da história acompanha o declínio da visão de Mafalda. O sonho desta menina é viver, para sempre, na cerejeira da escola. Aquela cerejeira sempre fora a sua árvore preferida, tendo por lá brincado e sonhado inúmeras vezes. Será o lugar ideal para conviver com o escuro e as manchas cada vez maiores e mais presentes nos seus olhos. Levará consigo o seu gato e a lista de coisas que sempre quis ter e fazer.
 
São 140 passos que a separam da cerejeira. Será ao longo desse trajeto que teremos a oportunidade de conhecer esta menina, os seus anseios, a sua inocência e a capacidade, ainda assim, de manter viva a luz de um sonho que perdura para lá dos 180 dias que a separam da escuridão eterna.
 
Uma história escrita com a sensibilidade na ponta dos dedos e com o coração na garganta, «A distância entre mim e a cerejeira» é um hino ao amor e à amizade no seu estado mais bruto, à capacidade de superação para lá das adversidades, um estalo de luva branca na busca daquilo que nos é essencial. E esse essencial é sempre invisível aos olhos, rompe com a necessidade de mostrar e de ter. É tão somente a certeza de não estarmos sozinhos, de termos encontrado um amigo do coração. Tudo o resto, é passível de ser encarado, aceite e superado.
 
Uma história comovente incapaz de deixar os leitores indiferentes, «A distância entre mim e a cerejeira» é um daqueles livros necessários como alerta constante para a necessidade de saber olhar para dentro, separar o trigo do joio, encontrar o essencial numa vida feita de pequenos nadas.
 
A vida não é mais do que uma cerejeira que nos mostra o quanto é possível mudarmos como as estações do ano e, ainda assim, mantermo-nos firmes na convicção de que tudo se renova, de que tudo permite uma nova perspetiva, um novo olhar.
Assim seja.
 
Com o apoio,
 
 
 
 
 

James Baldwin

quarta-feira, 5 de setembro de 2018


Vamos erguer as mãos para Deus.
James Baldwin, finalmente, editado por cá.
 
 
Uma feliz novidade:
 
 
 
 
 
Seja feliz,

A Casa das Belas Adormecidas (Yasunari Kawabata)

segunda-feira, 3 de setembro de 2018


«A Casa das Belas Adormecidas», do prémio Nobel Yasunari Kawabata, é um pequeno livro que homenageia a vida em confronto direto com a sexualidade e a morte.
 
"Uma meditação poética sobre a sexualidade e a morte."
Financial Times
 
Eguchi, um homem de sessenta e sete anos vê-se confrontado com o fim dos seus dias pela incapacidade que vai sentindo, gradualmente, num corpo agora desobediente. Em conversa com um amigo, conhecerá a Casa das Belas Adormecidas: uma casa em que homens mais velhos, apelidados de «inativos», passam a noite com uma jovem mulher adormecida. Por muito rebuliço de vozes, ou até gritos, abanões e contemplações, aquelas jovens não acordam. É um sono de morte. É um corpo companheiro, numa noite solitária, com um velho perdido em si mesmo.
 
Será na contemplação das jovens adormecidas que Eguchi, igualmente perdido em si mesmo, mergulha nas recordações do seu passado. Relembra mulheres de outrora, romances breves mas inesquecíveis, amores mais maduros, desamores que magoaram, o amor da esposa e das suas três filhas.
 
Numa deambulação comprada à lei de soníferos, este homem mais velho empurra o leitor para um confronto que, todos nós, receamos: o fim dos dias, o corpo envelhecido, a vida que escapa, a morte que a acompanha.
 
O livro de Yasunari Kawabata é uma reflexão cuidada, de enorme sensibilidade, sobre o poder da vida, a sexualidade como garantia, o medo da morte. É nesse confronto de temas todos eles interligados, que o nosso personagem vai refletindo e admitindo um tempo que já não volta. Como será? Como será viver no limite dos dias, na incapacidade de gerar vidas, de se sentir uma mera soma de dias iguais?
 
São questões como estas a que também o leitor se sentirá compelido a responder.
Um romance em que a sexualidade é uma porta aberta e segura de quem pode gerar a vida. Um romance em que a vida é uma soma de amores possuídos, corpos jovens e sãos. Um romance em que o simples cheiro de leite materno nos assegura o início de tudo, da esperança e enfim, do derradeiro fim.
 
Recomendo com ambas as mãos.
 
 
 
Boas leituras e um feliz Setembro,
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