
Ultimamente tenho dedicado o meu pouco tempo à leitura de livros light e a experiência, apesar de menos enriquecedora, não tem sido má de todo.
Em “Amor, Açúcar e Canela” encontramos os velhos ingredientes que
fazem uma história de amor tornar-se apenas mais uma. E só mais uma. Mas na
verdade, todas as histórias de amor são apenas e só, uma.
Juliet começa a sua
jornada com o sonho de ter para si um lar. Um doce lar. Começa a vivê-lo ao
lado do namorado que, por sua vez, vive nas sombras da saudade de uma outra
mulher, amiga de Juliet. Assim, no primeiro dia em que vai viver para o
apartamento dos seus sonhos com o, supostamente, homem escolhido, acaba por
descobrir uma traição.
Aqui começa a derradeira
descoberta de si mesma. O livro torna-se interessante porque em tudo depende
sempre a interpretação que fazemos. Dos livros. Da vida. Das situações com que
nos vamos deparando diariamente. E através desta leitura tão leve que me
entreteve durante uma tarde de Domingo, conseguimos perceber o quanto planear muito pode sair caro para
o nosso lado.
Juliet assumiu uma vida
certa ao lado do então companheiro. Assumiu a criação certa de um lar. Doce. E
enterrou as certezas de tudo isso no mesmo dia em que passou a barreira da
porta.
O livro da avô, um guia
sobre como tornar o lar um lugar mais feliz, um guia como ajudar a mulher a
tornar-se especialista em cuidar do marido e da casa, acaba por – e de forma
subtil – tornar-se num refúgio onde Juliet se começa a dedicar ao fabrico de
aventais. Do pouco, ao muito, a arte e o gosto começam a cruzar-se, bem como a
sensação de estar realmente a criar algo seu. A sensação de que os alicerces
para poder tornar a sua felicidade possível surge de algo verdadeiramente seu,
que vem de dentro e não única e exclusivamente a partir do reflexo de outra
pessoa.
Penso que o cerne da
grande percentagem de relações mal sucedidas reside precisamente no objetivo que
cada um tem quando mergulha nesses mares. É pelo facto de projetarem a felicidade
no outro e dependerem dela que o fracasso sucede. O amor para se prender, tem de ser paradoxalmente, muito livre.
Este pequeno livro
mostra assim a surpresa dos dias certos transformados na incerteza. O receio de
um começar de novo. A necessidade de erguer a cabeça. A urgência de um
recomeçar.
Sobretudo, a
necessidade de procurar em si mesmo as respostas certas e permitir-se dar
pequenos passos ao sabor dos dias, sem pressa. Sem planos.
Boas leituras! :)
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