A filha do optimista (Eudora Welty)

sexta-feira, 23 de março de 2018


«A Filha do Optimista», de Eudora Welty, é um pequeno grande livro sobre o poder da família, das reminiscências, do voltar ao passado e ao encontro de questões sem respostas aparentes.

A história concentra-se na relação de Laurel com o seu pai, o conhecido (e optimista!) juiz, no momento em que este adoece, sujeito a uma cirurgia ocular. A narrativa desenvolve-se no sul dos Estados Unidos, tendo Laurel largado tudo - residente no norte do país - para acompanhar o pai num dos seus piores momentos.

É durante a estadia do juiz no Hospital, que Laurel tem a oportunidade de travar um conhecimento mais próximo com Fay, a recém-noiva de seu pai, muitos anos mais nova. Falamos de uma mulher provinciana, cujos costumes e valores em nada se coadunavam com os de Laurel, muito menos ainda com o seu próprio pai.

Após a morte do juiz e o questionamento constante sem resposta sobre a inusitada relação de Fay com o seu pai, Laurel cairá numa reflexão profunda sobre a sua própria vida, a sua infância numa casa que, agora, está longe de ser a sua, a nostalgia de tempos que não voltam, a saudade que se mantém firme e o futuro incerto, que a oprime.

Um livro direto, sem subterfúgios, sobre o poder da família, as referências parentais, o peso do passado naquilo que de bom e mau sempre tem e, ainda assim, sobre a esperança de um futuro mais consciente, mais presente, mais perto de se lhe agarrar com ambas as mãos.
 

Com «A Filha do Optimista», Eudora Welty foi vencedora do Prémio Pulitzer em 1973.
Um livro, e uma autora, que não deve descurar.


Seja feliz,

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