Onde os Últimos Pássaros Cantaram (Kate Wilhelm)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ao ler este livro foi impossível não recordar o «Admirável Mundo Novo» de Aldous Huxley.
O mundo parece estar a perder as estribeiras daquilo que é tido por "normal" e os problemas associados ao clima, às pragas que parecem ameaçar tudo, fazem imergir uma nova concepção de vida.
O grupo é agora toda a razão de existir da comunidade. Viver por todos, em que a individualidade de cada um assume um perigo inquestionável.
É sobretudo a questão entre «grupo» e «indivíduo» que a autora faz a sua grande ênfase, ao longo de todo o livro.
Até que ponto pode uma comunidade viver em grupo, com seres semelhantes física e psicologicamente? Destinados a tarefas idênticas, cada um de acordo com as aptidões pré-concebidas?
E o lado único? A criatividade do ser único, genial, como Mark fez entender no seu discurso quase apagado, silencioso, mas sem desistência.
Lutar pela individualidade. Quebrar as ideias de um mundo que se diz moderno, com as pessoas integradas em padrões de acordo com as suas capacidades para intervir no mundo, é a base que acompanha toda a leitura deste livro.
Diria que Kate Wilhelm o fez de uma forma interessante, enfatizando essa urgência de sermos um num grupo, mas jamais um grupo uno em que o «um» se dilui sem contestações, na ideia de um mundo melhor.
Um pensamento que eleva a comunidade a um lugar de destaque, carregando em si a tarefa de produzir sem limites, e sem espaço ao brotar das emoções de cada um.
 
Um livro interessante.
 
Boas leituras.
 
 

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