Eis um livro que marcou, que agita corações, e que assim continua, desde 1983. No ano passado agitou o meu, e ainda hoje recordo os inícios das cartas de Cellie com o seu dedicado "Querido Deus", e com as suas escassas palavras aprendidas. Entre mãos cheias de inocência perdida, sonhos desfeitos, ou nunca conhecidos, vamos conhecendo a história de uma mulher que não se conhece como tal. Antes como uma folha entregue ao sabor do vento, ao sabor das vontades de cada um, que vão colando no seu coração, as suas próprias emoções, todas elas feitas de uma violência com textura.
À medida da força dessas mesmas emoções, e da entrada de novas pessoas na vida de Cellie, também ela começa por conhecer e dar voz ao coração que a define. Emoções, desejos, sonhos começam a florescer nesse coração triste, mas tão vivo, capaz de transbordar.
Um livro soberbo. Soberbo.
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