Nenhuma Vida (Urbano T. Rodrigues)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
















O autor refere que escreveu este livro "(...) com o amor à palavra e à invenção verbal de toda a minha obra. É um texto algumas vezes duro e agressivo, mas onde também têm cabimento a ternura e o amor, que são o esplendor da vida."
Escolhi este livro no âmbito do meu desafio pessoal, «Ler(-te) em Português», e sobretudo por ser um dos autores mais conceituados na literatura portuguesa. O facto de ter sido o seu último livro entregue à editora, pouco antes de morrer, criou em mim uma espécie de ideologia romântica no momento de o comprar e me decidir no começo da sua leitura.
É, como o próprio o indica, um romance (muito) breve e, por momentos, de enorme agressividade e crueldade. Tem, no entanto, rasgos de uma intensa ternura que permite antever o brilhantismo que tantas vezes me falaram da escrita de Urbano Tavares Rodrigues, que cativa, que encanta e que pede mais.
«Nenhuma Vida» centra-se na história de amor, inicialmente conturbada, de Lela e José Pedro e que dela nascerá Tiago. É deste que tecerá a história principal, homem de rosto angelical mas de bravura nos gestos e gélido nas emoções.
Mas não se pasme o leitor, Tiago conhecerá na sua breve e corajosa vida o fogo do amor e a ele se renderá sob o pano de fundo de uma enorme instabilidade política, plasmada com mão exímia por um autor que vou continuar a desbravar com toda a certeza.

Recomendo.

 Mais um mês completo deste meu desafio literário.
Novas surpresas da literatura portuguesa em Março!

4 comentários:

Carlos Faria disse...

Pois vejo que vai de vento em popa essa viagem pela literatura portuguesa, nunca li nada de UTR, já ouvi dizer que tem um escrita hermética, não sei. Conceituado nalguns meios é verdade, mas sucessos literários em termos de alcançar um grande número de leitores, penso que não teve.

Denise disse...

Olá Carlos!
Pois é, está a correr muito bem e a gostar muito destas descobertas.
URT é muito conceituado sim, com imensos prémios literários. Quanto a número de leitores não tenho bem a noção, mas infelizmente creio que não...
Apesar do livro que li ser muito pequeno, deu para perceber que vale a pena continuar a conhecer a obra do autor.
Recomendo.

Boas leituras!

Beatriz disse...

Nunca li nada de Urbano.
Mas era um Senhor simpatíssimo, bem-disposto e muito elegante.
Foi professor de universidade do meu irmão

Denise disse...

Olá Beatriz! :)

Afortunado, o teu irmão.
Tenho lido várias coisas do autor, como complemento à leitura, e também fiquei com a impressão de um homem cheio de coisas boas, por inteiro.
Vale a pena desbravar a obra.

Beijinhos e boas leituras!

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