Não sei muito bem o que dizer. Li este livro na semana passada e ao longo dos dias continuei a pensar nele. É um bom sinal. Há livros dos quais não queremos pensar que os lemos, há aquela desilusão do tempo perdido numa história muito mal construída.
Depois, há daqueles que nos fazem entrar e não nos deixam sair. A escrita de Nuno Amado não é nada de extraordinário, mas também não posso dizer que é escrita sem calorias intelectuais que nos deixam secos, de uma fome emocional que não se sabe explicar. Não. De todo.
Há uma expressão nítida da dor que é viver o processo de uma perda, sejá lá ela qual for. E com o ligeiro travo de loucura que persiste dar a mão nesses momentos confusos. Uma loucura necessária, diria eu. Muito necessária.
Fugir. Esconder o rosto do mundo que nos persegue. O que seja. Escrever, desenfreadamente, cartas com ou sem sentido. O que importa?
A forma como lidamos, não interessa. O processo, o caminho, esse sim, interessa. A certeza de que se consegue chegar a algum lado.
E não interessa onde chegamos. Mas como chegamos.
Recomendo.
Obrigada, mano :)
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