Curiosamente li este livro numa manhã de Domingo. Fria. Uma manhã fria
mas boa. Falam muito sobre solidão. Em tentar compreender, ou mais ainda,
tentar dela fugir. Em ambos os casos, não compreendo. No primeiro não consigo compreender quando é
algo que considero perfeito e no segundo, o primeiro responde. Não se
foge da perfeição!
Acredito mais na possibilidade do medo em estar só contornado a outro medo:
o de encarar o “Eu” escondido na gaveta, mais do que qualquer outra coisa.
Vejamos então, não passaremos de uns meninos, pequeninos, com medo do
escuro? Com o eterno desejo de sermos levados no colo de alguém? É humano sim,
e os psicólogos, esses palhaços, defendem muito bem essa questão. Concordo. Mas
amo esse silêncio. Essas manhãs de Domingo. Esse silêncio que corresponde à
liberdade de ninguém depender. Um silêncio de mão dada a um nada doce. Um nada
passado a contrato sem termo certo. Um nada possível de encher sempre que se
quiser, com outros nadas, que são tudo. Profundo Silêncio. O
que seja! Mas que seja meu! Que seja teu!
O que tento dizer é que nos assuntos do coração há a emergência de uma escolha
genuína. E que nesse profundo silêncio de uma manhã de domingo, o coração
esteja ritmado pelo silêncio certo.
Corri o risco e perdi-me em devaneios. Este é um livro de contos,
assim, simples, de pequenos nadas, que são tudo. Numa manhã de domingo, no seu
profundo silêncio.
Também recomendo.
Ao som de: Muse “Madness”
1 comentário:
Fiquei interessado por esta obra e adorei o teu comentário. Também comigo os livros ficam depois de os ler...
Achei muito interessante a escolha da banda sonora que sugeres! :))
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