O Renascido (Michael Punke)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016



A compra deste livro foi feita com base no meu interesse por tudo o que sejam histórias, reais, de sobrevivência em contextos verdadeiramente inóspitos. Recordo-me do filme com o Tom Hanks, o «Náufrago» e, volvidos vários anos, nunca mais esqueci a solidão daquele contexto, a beleza do filme e a amizade singular com a bola Wilson.
Penso que a minha estima por estas histórias reside, tão simplesmente, no facto de ser pessoa e, por isso, ter esperança. Esperança na pessoa, na sobrevivência e nessa capacidade de vencer as maiores adversidades que por vezes nos são impostas. Que se façam prevalecer, pois então, os ensinamentos de Darwin, e que com razão se perpetue no tempo aquele que saiba adaptar-se, orientar-se e, por conseguinte, evoluir.
 
Em «O Renascido» temos tudo isto e muito mais. Somando o fantástico requisito de se tratar de uma história verídica, sobre Hugh Glass, atacado de forma bárbara por um urso cinzento, este é um relato mais ou menos ficcionado e amplamente conseguido por Michael Punke sobre até onde o ser humano é capaz de ir, vencendo incapacidades que se julgariam, ao primeiro olhar, inultrapassáveis, movidos pela raiva e sede de vingança.
 
Ao longo dessa trajetória, acompanhamos as sérias limitações físicas de Glass que após o ataque, é abandonado pelos dois colegas, que desistem de esperar pela sua morte iminente, roubando-lhe todos os seus pertences. Começa assim a arquitetura de uma vingança projetada por Glass, que levará tempo até, enfim, se tornar possível, independentemente do seu desfecho ir, ou não, de encontro ao idealizado.
 
Serão várias as peripécias ao longo desta epopeia, digamos assim. Acredito, no entanto, que o mais bonito e que merece real destaque são as descrições pormenorizadas que o autor vai tecendo sobre os esforços de Glass para sobreviver. Uma caça. Uma fogueira. Um simples espaço para se resguardar.
 
 
 
Gostei muito e vale a pena todo o tempo que decidir - se decidir - dedicar-lhe.
Agora, dedicar-me-ei a ver o filme chegado recentemente ao cinema mas, pelo que já pude espreitar, conta com algumas adaptações significativas...
Veremos!
 
Boas leituras.
 
 

2 comentários:

Carlos Faria disse...

Pois percebi que o livro era a fonte do filme que este ano espera brilhar na noite dos óscares, uma estória que parece ter alguns paralelos obsessivos e comportamentos a Moby Dick

Denise disse...

Olá Carlos,
Faz sentido, sim. Um livro com uma história forte. E agora tenho de ver o filme, estou muito curiosa!

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