A herança de Eszter (Sándor Márai)

domingo, 17 de junho de 2018


Sándor Márai é um dos maiores escritores da língua húngara, sendo celebremente conhecido com o seu «As velas ardem até ao fim».
 
Hoje falo-vos de «A herança de Eszter», um livro sobre o peso do passado, sobre os arrependimentos e, à semelhança do livro «As velas ardem até ao fim», sobre o peso do tempo e da espera em cada um dos personagens.
 
"Os amores sem esperança nunca terminam."
 
Esta pequena história falo-nos de Eszter, mulher solteira, a viver numa casa já consumida pelo tempo e acompanhada por Nunu, a governanta e amiga conselheira.
 
Eszter espera há mais de vinte anos por Lajos, o único amor da sua vida. O homem mais mentiroso do mundo, mas ainda assim, o amor da sua vida. Espera por ele como quem reclama, pela última vez, o seu lugar num amor distorcido pelo tempo e condicionado pelas vontades de terceiros.
 
Sándor Márai escreve como ninguém quando o assunto é a amargura de uma espera. O tempo que passa, pesado, pelo que não se fez, pelo que poderia ter sido, pela culpa que se alastra a tudo.
 
"(...) Não te ofendas com a analogia, pois tu poderias ter sido uma prótese para mim... Uma prótese moral. Espero não magoar-te - acrescentou, docemente, e inclinou-se para mim."
 
Será o amor de Lajos, verdadeiro? Poderá Eszter acreditar, afinal, numa história desviada por cartas que nunca chegaram ao seu destino?
 
Um amor profundo, a mágoa do passado, a raiva entre duas irmãs e, acima de tudo, o arrependimento que estagnou Eszter, fazem deste livro uma verdadeira relíquia. Sándor Márai faz-nos questionar, de uma forma amargurada, sobre oportunidades perdidas, o tempo que passa e não volta. E se voltar, os ventos que traz já não nos mostram o caminho que seria suposto.
 
Recomendo!
 
 
 
 
Seja feliz,

6 comentários:

Beatriz disse...

:)

De Márai só li, até hoje, os seus 2 romances mais célebres.
Mas não está esquecido. Hei-de regressar, certamente.

(Estou a ler "Martin Eden", de Jack London. Ainda não vou a meio, mas estou a gostar bastante até agora.)

Beijinho, Denise.

Denise disse...

Tenho um livro de Jack London lá por casa mas nunca li.
Ainda não chegou o momento :)
Sándor Márai não me tem desiludido. Tenho ainda para ler "Rebeldes", bastante curiosa.

Beijinho!

Beatriz disse...

Denise :)

Foi a primeira vez que li Jack London, já tinha este livro há talvez 4 anos. Num mês comprei 2 dos seus livros - não me perguntes, não sei por que o fiz sem nada ter lido.
Comprei "Cartas de Jack London" e na Feira do Livro, "Memórias de um alcoólico - John Barleycorn"
Terminei ontem à noite "Martin Eden" (ter o consorte em viagem de trabalho, tem pequeniiiinos prós :) )

Neste livro, publicado em 1908, é ténue a exígua fronteira entre ficção e realidade.
London foi um cultor convicto da escola realista: só escrevia sobre aquilo que conhecia bem.
Viveu a pobreza, conheceu também o outro lado da existência tornando-se uma celebridade com os seus livros.
Martin Eden é, em larga medida, Jack London.
Oportunidade soberana para incontáveis ajustes de contas com a chamada alta sociedade de São Francisco, com as suas convenções hipócritas e a sua mediocridade intelectual.
O mundo editorial também está retratado no livro, como não podia deixar de ser e, é com muita pena que considero (eu, não falo por mais ninguém) que, nada mudou.
A mediocridade impera. Sempre.
Gostei imenso, foi uma grande surpresa. Caso venhas a ler a mesma edição (Antígona), ignora a introdução. Não entendo como se perpetuam introduções/prefácios quando deveriam ser posfácios.

Falando em mundo editorial: deixo-te o link do melhor, (para mim, claro) psicanalista-editor que temos, felizmente voltou às lides. Vasco Santos. Tinha, e continuo a ter em grande conta o falecido e fenomenal Vitor Silva Tavares; Luís Oliveira e Francisco Vale. Vão escasseando. Mas estes, vão fincando o pé à sua maneira. O que muito me apraz :)

https://ionline.sapo.pt/612941?source=social

Beijinho!

Anónimo disse...

Claro que o momento não chegou.
Só quando for oferta!
Você fala de literatura e só divulga porcaria. Não fez ideia do que seja literatura
Em troca de quê? + porcaria! O que se vê aqui tb se vê noutro blogs. Todos falam dos mesmos livros, que não prestam. Quando só houver Leya e afins quero ver o qye se lê. As pequenas editoras acabam.

Banha da cobra e você colada. Tenha vergonha, feijão frade não dá!!!!!


Denise disse...

Caro Anónimo,
Se está perante um blogue só de porcaria, só ligado a livros oferecidos, a parcerias duvidosas e por aí vai, a minha questão para si é: porquê que insiste em voltar?
Deixo-lhe uma citação de Goethe: “Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes.”

(E já agora, se voltar a escrever comentários, agradeço que reveja o seu texto: há erros ortográficos resultantes de notória desatenção).

Cps.,
DR

Leonardo Carvalho disse...

A entrevista é interessante, obrigado por tê-la divulgado.

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