Boa Sorte (Álex Rovira Celma e Fernando Trías de Bes)

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Leitura no Kindle
Pablo Neruda disse "A sorte é a desculpa dos fracassados". E sobre sorte há muito a dizer mas, mais ainda, a pensar. São sempre esses os momentos em que recorro ao dicionário, contudo, nem o dicionário me ajudou desta vez. Passo a citar o que por lá li, entre muitas definições:
"Combinação de circunstâncias ou de acontecimentos que influem de um modo inelutável."
Não me convenceu, de todo. E a si, deixou-se levar pela onda dos acontecimentos que se fabricam com a cabeça nas nuvens e que, de rabo alapado, lhe chega a encomenda de um sonho fabricado?

A sorte dá trabalho. Quando penso nisso as palavras de Stephen Leacock ajudam-me a certificar-me disso mesmo:
"Acredito muito na sorte e descubro que, quanto mais trabalho, mais sorte tenho."
«Boa Sorte» de Álex Rovira Celma e Fernando Trías de Bes, um pequeno livro em jeito de parábola vem mostrar-lhe a verdade em torno dessa ideia de sorte. O que é? Compra-se? Onde se vende? Nasce connosco? É uma questão de genética? Há medicamentos?

E se eu lhe disser que é, tão somente, uma questão de trabalho e propósito?

Talvez lhe doa um pouco perceber que entre magia e sorte vai a distância do trabalho árduo, do método, e também, do sonho de quem sabe estar a trilhar o caminho certo.

Nesta pequena história encontraremos um mago e vários cavaleiros que serão, todos eles, desafiados a encontrar um trevo de quatro folhas, o símbolo inequívoco da boa sorte. Perante as inúmeras dificuldades, inúmeros serão também os cavaleiros a desistir. Restarão dois cavaleiros concentrados naquela tarefa mas apenas um chegará lá. O primeiro, depois de tanto tentar, assume uma postura derrotista, fica zangado e insiste na impossibilidade do desafio. Contudo, o segundo cavaleiro não crê na impossibilidade e encontra, não a sorte, mas a jornada que o levará até ela.

Pergunte-me: então e essa jornada é feita como?
Com trabalho e certeza de que as condições da sorte não nascem da terra, são criadas por aquele que decidiu, um dia, virar a sorte pré-estabelecida em algo vivo, que lhe pulsa por dentro, que o define e que, todos os dias, o deslumbra.


Recomendo vivamente esta leitura.
Aquece corações e faz saltar rabos do sofá.



Seja feliz,

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