A Bibliotecária de Auschwitz (Antonio G. Iturbe)

terça-feira, 22 de abril de 2014


 
Um romance comovedor e pungente da história de Dita Dorachova, guardiã de uma réstea de esperança no campo de concentração do inferno nazi.
 
 
Antonio G. Iturbe é jornalista. Dedicou-se a uma profunda pesquisa sobre esta sensível temática da História e trouxe à luz um livro brilhante no seu expoente máximo.
Este livro, totalmente dedicado ao tema do Holocausto, e ao barracão familiar do campo de concentração daquele que foi o inferno nazi, dá especial ênfase à jovem Dita que se torna a bibliotecária do Bloco 31, responsável pelo cuidado de uma biblioteca formada por apenas oito livros em papel e alguns livros vivos. Os livros vivos eram representados pelas pessoas que em si guardavam de início ao fim, com os mais ínfimos detalhes, algumas das melhores histórias para contar às crianças daquele barracão familiar, afastando por minutos a dor, a fome e o medo através da beleza da imaginação e criatividade. Algo que por muito que tentassem num lugar como aquele, isso, não poderiam roubar.
Foi difícil para mim não dissociar este livro da "Rapariga que Roubava Livros", porque a magia em torno da literatura, a capacidade de encontrar alguma paz nos livros, nas histórias e na capacidade de saltar arames farpados pela imaginação, encontra-se igualmente muito viva neste livro de Antonio G. Iturbe.
 
 
"Na realidade, o autor de A Metamorfose soubera antes de mais ninguém o que ia acontecer: que os homens se transformariam da noite para o dia em seres monstruosos."
(p.107)
 
A jovem Dita, através dos seus estimados livros, que conserta sempre que retornam ainda mais velhos e estragados, vai suportando a agrura dos dias e a violência das SS, resguardando-se na imaginação e nos pilares das histórias escondidas.
Um livro recheado de factos verídicos, misturando igualmente a ficção. Um livro que se centra não somente no tema dos campos de concentração globalmente mas, sobretudo, no fascínio de alguns terem arriscado a vida para manterem uma escola secreta e uma biblioteca clandestina em Auschwitz-Birkenau.
É um verdadeiro hino à beleza das pequenas coisas: "(...) Se o homem não se emociona com a beleza, se não fecha os olhos e põe em marcha os mecanismos da imaginação, se não é capaz de interrogar-se e vislumbrar os limites da sua ignorância, é homem ou é mulher, mas não é pessoa; nada o distingue de um salmão, de uma zebra ou de um boi-almiscarado." (p.371).
 
 
Recomendado!
 
Boas leituras

 


2 comentários:

Carolina disse...

Tenho muita muita curiosidade em ler este livro! Parece muito bom! ;)
Beijinhos e boas leituras!

Denise disse...

Olá Carolina!

É um livro muito bom. Vale muito a pena, sobre uma realidade marcante na história e particular por se basear sobretudo na história dessa rapariga e do grupo que fundou a pequena escola e biblioteca no lugar mais tenebroso de sempre...

Beijinhos e boas leituras! :)

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