O livro que hoje vos
falo, «O Paraíso das Damas», foi
escrito pelo autor Émile Zola (nascido a 2 de Abril de 1840, em Paris).
Depois de ter vindo
parar às minhas mãos de uma forma muito peculiar, e interessante, este livro
narra a história da jovem Denise, uma órfã de vinte anos acabada de chegar a
Paris com os seus dois irmãos mais novos.
Deslumbrada pelas
grandes lojas de Paris, que começavam a revolucionar o comércio da época,
Denise começa desde logo a trabalhar na loja que de imediato a encantou: «O
Paraíso das Damas».
O tão aclamado “fascínio
pelo trapo” encabeçado pela mulher é descrito por Zola em toda a obra,
sublinhando a negrito os contornos da cidade moderna que começa a impor-se, as
mudanças do comportamento quer do homem, quer da mulher, das classes e do
consumismo.
Baseado neste último, “O
Paraíso das Damas” é assim o poço encantado onde as mulheres se vão afundando
na ingénua procura do ouro, metaforicamente traduzido nesses trapos, nesses
tecidos que parecem ter a solução para tudo. Uma loja que se expande pela mão
decidida do magnata Octave Mouret, sedutor nato e certo de compreender a
natureza da mulher, certo de ser essa mesma compreensão a chave do seu sucesso.
Até ao dia em que cruza
com a jovem descabelada de nome Denise. Magra, desinteressante aos olhos,
beleza baça, de olhar inerte, esta jovem parece nada ter a dizer, ou pouco lugar
a ocupar.
Num cliché romântico,
Octave Mouret vê a sua vida virada do avesso quando Denise é a única das
mulheres a não se encantar com qualquer trapo ou quantia avultada de dinheiro.
Nem tão pouco um convite para jantar.
Este livro reúne em si
muito mais do que uma grande história de amor. Arrasta o leitor para a fantasia
de uma loja de encantar tudo e todos pelas mercadorias que chegam diariamente,
pelo consumismo exacerbado e, acima de tudo, pelo carácter de uma jovem a
relembrar a célebre Jane Eyre (da autora Charlotte Bronte) com as suas fortes convicções, valores e uma
determinação inabalável, capaz de fazer frente aos seus próprios sentimentos,
quando necessário.
Como digo, mais do que
uma história de amor, “O Paraíso das Damas” é um apontar de dedo a uma nova
época, um despontar de novos valores e comportamentos e, no final, a
determinação de uma mulher capaz de traçar o seu próprio caminho contra o peso
das normas que regem uma sociedade.
Podem também ver a série "The Paradise", baseada no livro de Émile Zola.
Aqui têm o trailer:
1 comentário:
E como se arranja esse livro?
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