A Festa da Insignificância (Milan Kundera)

domingo, 8 de janeiro de 2017


São poucas as obras que conheço de Milan Kundera.
Decidi ler este seu último livro sem grande requisito de escolha. Penso que foi um mero "porque sim" aliado ao facto de o nomearam como o livro mais despretensioso do autor, digamos assim.
 
Apesar de não conhecer a maior parte dos seus trabalhos, gostei muito da escrita solta do autor, do seu humor aliado à necessidade de dizer sem dizer, falando a sério com a brincadeira logo ali.
 
É um livro com personagens de histórias isoladas que, ao longo do tempo, se misturam e interligam com os medos conhecidos, anseios, saudades e tantos outros que formam a pessoa no seu todo.
 
Aquilo que aparentemente nada significa, será afinal, de importância vital para um olhar mais aceso e esperançoso nos dias que se apresentam, sem dó nem piedade:
 
"(...) Atualmente, a insignificância surge-me de um modo completamente diverso do que então, sob uma luz mais forte, mais reveladora. A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Está connosco sempre e em toda a parte. Está presente mesmo onde ninguém a quer ver: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores infelicidades. Exige-se-nos muitas vezes coragem para a reconhecer em condições tão dramáticas e para a chamar pelo seu nome. Mas não se trata apenas de a reconhecer, é preciso amá-la, à insignificância, é preciso aprender a amá-la." (p.149)
 
Um livro que parece falar de nada e de tudo, junta em si traços de amizades mais e menos soltas, políticas (um pouco) ao de leve e o amor às pequenas coisas, esse, diria eu, em larga medida.
 
Recomendo.
Boas leituras!

6 comentários:

Anónimo disse...

Finalmemte não se vê Beatriz.
A pessoa cheteia-me e aposto que a ti ainda mais. O blogue é de quem!!!
Gente a puxar á erudição, que sabe tudo é de vomitar. Não sei como lhe aprovas os comentários porque te deixam na sombra, ou essa é a vontade dela.
Menina riquinha, de Cascais aposto que vem para aqui falar de quão sábia é ou julga ser. A coisa é tua mas ela não para de falar e falar e falar como se alguém tivesse preguntado.
Quem se interessa com o que ela lê? ninguém. Nunca li nem quero ler os livros que ela gosta e recomenda. Pessoa nojenta.
Deixa de aceitar o que ela escreve. Também já gostei mais disto quando escrevias sobre bons livros mas agora só lês tranpa.

Denise disse...

Olá Anónimo :)

Obrigada pela visita e pela tua consideração com o meu blogue.
O que me limito a fazer é aceitar as opiniões, daí publicar os comentários de todos, mais simpáticos ou não.
Espero continuar a contar com a tua visita e se quiseres deixar sugestões das tuas leituras, serão muito bem recebidas.

Beijinhos e boas leituras

Angela disse...

Boa tarde

A Denise so mostra que quem e' inteligente, não se assusta com nenhum tipo de comentário. O acaba de se referir as suas leituras como trampa e ca' esta o comentário publicado.

Denise disse...

Olá Angela,

Obrigada pela visita.
É sempre muito bom receber comentários simpáticos. Obrigada.
Vejo o meu blogue como um espaço onde partilho as minhas leituras e espero que as pessoas possam fazer o mesmo, para em conjunto irmos aprendendo mais e crescendo mais em matéria de literatura. Nesse aspeto, em particular, só tenho de agradecer à Beatriz pela sua generosidade.
Quanto a gostos literários, nem vale a pena debruçar-me sobre isso. É algo muito pessoal. Defendo que o mais importante é ler e cada um, um dia, acaba por encontrar os livros certos, entre descobertas e partilhas.

Beijinhos

pipa_barreto@hotmail.com disse...

Parece-me muito interessante! ansiosa por o adquirir e ler!

Denise disse...

Olá pipa :)
Gostei muito e espero em breve continuar a conhecer mais do autor.

Boas leituras!

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