Um Quarto com Vista (E.M. Forster)

quarta-feira, 6 de junho de 2018


Edgar Morgan Forster foi um conceituado escritor britânico. O autor foi fortemente dominado pela figura feminina, na sequência da morte precoce do seu pai quando Edgar tinha apenas dois anos de idade.
 
Essa influência feminina está visivelmente presente neste «Um Quarto com Vista». Igualmente conhecido como crítico e estudioso da literatura, E.M. Forster registou uma classificação das personagens que se tornaria célebre: as personagens esféricas e as personagens planas.
 
Em «Um Quarto com Vista», Lucy será a mulher em torno de toda uma história integrada na era vitoriana, plasmando na perfeição os conceitos tidos pela personagem esférica: é uma mulher de uma enorme complexidade psicológica, imprevisível e simultaneamente, de coragem suficiente para quebrar preconceitos sociais e valores com os quais não se identifica.
 
A viagem de Lucy a Itália, na companhia da sua preconceituosa prima mais velha, Charlotte, será o início de uma história de comédia social com um fim desde logo anunciado. O desejo de um quarto com vista é uma exigência que não foi contemplada quando ambas as senhoras chegam ao seu destino. Porém, será nessa espécie de pequena discórdia, que conhecerão os peculiares Emerson, pai e filho, dispostos a trocar de quarto para que, desse modo, as senhores tivessem a vista almejada.
 
Para lá da crítica acesa à cultura inglesa, este livro mostra-nos a simplicidade elevada ao seu expoente máximo: não são precisas grandes linhas para se formar o enredo que, pasme-se leitor, começará a crescer depois de um beijo roubado.
 
Dos inúmeros passeios que Lucy fará, terá a oportunidade de conhecer um mundo, até então, desconhecido para ela. Conhecerá novas pessoas, novos costumes, novas realidades que, forçosamente, lhe despertará uma nova consciência.
 
Desde um casamento esperado com Cecil Vyse, homem arrogante, críticas dos párocos que parecem ser sempre os donos da razão, aos costumes enraizados de uma família que não cede, Lucy mantém-se fiel a si mesma e à sua incapacidade para ser contrariada. Essa mesma contrariedade é sublinhada a negrito, claro está, por um amor que nasce no momento em que viu George Emerson, o oposto do esperado por todos, desejado por ela. E isso pareceu bastar-lhe.
 
Um romance da era vitoriana a enfatizar uma personagem que dificilmente se esquecerá. A teimosia, a imprevisibilidade e a bravura de Lucy conquista-nos ao ponto de lhe desejarmos o melhor do mundo.
 
 
Boas leituras,

5 comentários:

Beatriz disse...

Olá, Denise :)

Também li o livro, mais recentemente vi o filme no Netflix, creio que no ano passado, não sei se ainda estará disponível. A "louca", impossível esquecê-la no Fight Club!, Helena Bonham-Carter é Lucy Honeychrch, Daniel Day Lewis faz de Cecil Vyse. Maggie Smith, Judi Dench e Denholm Elliott também fazem parte da galeria interessante do filme.

Caso tenhas oportunidade, vê.

Bejinho.


Denise disse...

Gostei, Beatriz :)
Tenciono ver o filme este fim-de-semana!

Beijinhos!

Beatriz disse...

:)

Caso tenhas lido e gostado de "Norte e Sul", há no Netflix, também da BBC, a mini série.

Beijinhos e bom fim-de-semana!

Denise disse...

Olá Beatriz!

Comprei esse livro recentemente, na Feira do Livro.
Falam muito bem da mini série, gostaste?
Obrigada!

Beijinhos (e agora, boa semana!)

Raquel disse...

Olá!
Um livro para pôr na minha wishlist ;)
Comentando os comentários, vi o "Norte e Sul" há uns anos e gostei muito. Nunca li o livro...
Beijinhos e boas leituras

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