«Onze Tipos de Solidão» é a minha derradeira certeza de que ler Richard Yates corresponde a um prazer para lá do esperado.
Onze pequenos contos que projetam a solidão por tipologias. Solidões divididas por formas de sentir, por situações, por momentos, por pessoas.
Solidões arrumadas em gavetas. Solidões que encaixam na perfeição com o músculo cardíaco de quem a sente, ritmada pelos passos, também tão certos, de quem todos os dias sai de casa na certeza da incerteza do que será.
A escrita de Richard Yates é belíssima.
Não passará de uma tentativa mostrar-vos a densidade que cada personagem invoca, e desespera em si mesma, em cada conto.
Se pensarmos na solidão como a casa escura e vazia numa Sexta-feira à noite, tiremos daí as nossas ideias, pois a solidão é tão mais do que isso e, oferecida sem vergonha, aparece onde menos se espera.
As personagens deste magnífico livro comprovam que a solidão é um tecido. Um tecido que se corta à medida. Que se molda. Que se adapta ao vazio de cada um.
Um tecido 100% elastano.
Magnífico!
Boas leituras.
2 comentários:
Tenho ouvido falar de Yates, mas ainda nunca li... provavelmente uma falha literária minha a colmatar.
Olá Carlos
Richard Yates está a ser a minha grande surpresa deste ano, até agora.
Aposta nele, acho que não te vais arrepender :)
Beijinhos e boas leituras
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