Com muita Psicologia subentendida, este é um livro de uma enorme sensibilidade, ideal para pessoas nostálgicas sem moderação. Ideal para qualquer um, portanto.
A nostalgia está para as ânsias do ser humano, como a elevada percentagem de água na sua constituição. Há uma necessidade quente de voltar atrás, de voltar aos lugares onde, porventura, se sonharam felicidades.
A nostalgia está para as ânsias do ser humano, como a elevada percentagem de água na sua constituição. Há uma necessidade quente de voltar atrás, de voltar aos lugares onde, porventura, se sonharam felicidades.
Que seja a necessidade de uma resposta. Necessidade, sobretudo, de resposta à velha pergunta de um porquê sem sentido, esse de não nos amarem quando nós amamos tanto.
Há que ir ao fundo dos baús velhos e descobrir os segredos que por lá se escondem, em que descobrir assume-se como tarefa do dia. E que fosse um dia. Mas esse dia transforma-se na vida inteira, em detrimento de felicidades passageiras num passado muito passado, já. Velho e cansado.
O título do livro não podia ser melhor escolhido.
A história desenrola-se a partir de uma amizade improvável, como todas aquelas que estão destinadas a vingar. Improváveis. Aparentemente sem sentido.
É a história de um professor universitário que, de um momento para o outro, patina entre a sua própria vida há muito desarrumada, para tombar na vida de Saldaña Paris, homem misterioso, nostálgico, com segredos que não diz.
Há quem diga que o amor pode matar. E que podemos morrer dele. Doença enganadora que ataca, sem diagnóstico, diretamente na alma. Sem possibilidade de encontrar qualquer gatilho. E assim foi com Saldaña Paris.
Ao longo das 400 páginas desta belíssima história, o leitor intromete-se numa amizade profunda que, de forma inexplicável, empurra o narrador a encontrar respostas necessárias à paz do amigo moribundo e cansado de não compreender os porquês que o atormentam. Os terrores de uma vida que podia ter sido, e não foi, à lei da incompreensão dos dias, dos atos pouco claros de Teresa.
É que o amor é carta bem fechada. Se partimos nós para o outro, completamente despedaçados na procura de redenção, estará o outro em semelhante posição?
Teresa estava pior. Amarrada a um passado velho e cansado, mas mais vivo que o presente. Mais vivo do que ela.
Um livro belíssimo, este, o de João Tordo.
Um reflexo sensível sobre a amizade, sobre o amor mas, particularmente, sobre essa semente que germina em cada um sobre o que foi e o que será. Sobre o presente, sobre o futuro e esse peso feito de passado, a contaminar, a estragar, a ferir. A condicionar.
Que se minta, então.
Por compaixão.
Por amor.
Por partilha de dor.
Por qualquer coisa, que permita enxergar outra vez.
Há que ir ao fundo dos baús velhos e descobrir os segredos que por lá se escondem, em que descobrir assume-se como tarefa do dia. E que fosse um dia. Mas esse dia transforma-se na vida inteira, em detrimento de felicidades passageiras num passado muito passado, já. Velho e cansado.
O título do livro não podia ser melhor escolhido.
A história desenrola-se a partir de uma amizade improvável, como todas aquelas que estão destinadas a vingar. Improváveis. Aparentemente sem sentido.
É a história de um professor universitário que, de um momento para o outro, patina entre a sua própria vida há muito desarrumada, para tombar na vida de Saldaña Paris, homem misterioso, nostálgico, com segredos que não diz.
Há quem diga que o amor pode matar. E que podemos morrer dele. Doença enganadora que ataca, sem diagnóstico, diretamente na alma. Sem possibilidade de encontrar qualquer gatilho. E assim foi com Saldaña Paris.
Ao longo das 400 páginas desta belíssima história, o leitor intromete-se numa amizade profunda que, de forma inexplicável, empurra o narrador a encontrar respostas necessárias à paz do amigo moribundo e cansado de não compreender os porquês que o atormentam. Os terrores de uma vida que podia ter sido, e não foi, à lei da incompreensão dos dias, dos atos pouco claros de Teresa.
É que o amor é carta bem fechada. Se partimos nós para o outro, completamente despedaçados na procura de redenção, estará o outro em semelhante posição?
Teresa estava pior. Amarrada a um passado velho e cansado, mas mais vivo que o presente. Mais vivo do que ela.
Um livro belíssimo, este, o de João Tordo.
Um reflexo sensível sobre a amizade, sobre o amor mas, particularmente, sobre essa semente que germina em cada um sobre o que foi e o que será. Sobre o presente, sobre o futuro e esse peso feito de passado, a contaminar, a estragar, a ferir. A condicionar.
Que se minta, então.
Por compaixão.
Por amor.
Por partilha de dor.
Por qualquer coisa, que permita enxergar outra vez.
Se recomendo? Absolutamente.
Boas leituras.
6 comentários:
Ainda não li nenhum livro dele (comecei a ler "As três vidas" mas depois parei para começar a ler outro).
Depois deste comentário, vou tentar voltar ao "As três vidas" e talvez também procurar este :)
Olá redonda :)
É um livro belíssimo, recomendo vivamente.
Beijinhos e boas leituras
Tenho que ler, então. Mais um. "Daqueles".
É sempre tão bom ter os teus pareceres! ;)
By the way: o teu blog está o máximo! Clean! Assim gosto muito mais!! :D
******
Obrigada, Chuvita! :) **
Conheci João Tordo na feira do livro de Lisboa. Em maio, portanto. Comecei com O luto de Elias Gro e terminei com Hotel Memória. Pelo meio li (todos) os restantes. Há escritores que valem a pena.
O Luto de Elias Gro é (para mim) "o livro" do autor.
Este sim, é o blog que procurava e, finalmente, encontrei.
Parabéns pelas palavras.
Sara,
Obrigada eu pela visita e pelas simpáticas palavras.
João Tordo surpreendeu-me imenso, pela positiva. Um autor cuja obra pretendo continuar a desbravar, absolutamente!
Muitas leituras!
Enviar um comentário