«O Jantar» escrito por Herman Koch é um livro sobre a podridão humana. De tão hilariante e direto na forma como aborda a fragilidade de cada um, chega a ser chocante.
Por vezes, ser pai e ser mãe, assume de tal forma o pilar substancial da vida, que estes seres tão paternais esquecem na gaveta o bom senso e a razoabilidade das coisas.
Um livro absolutamente viciante, que não vai querer largar. Asseguro.
Tudo começa com um jantar entre dois irmãos e respetivas esposas. Ao longo deste, vamos descobrindo os segredos de uma peculiar família.
Há um segredo, perturbador, que tem e deve ser discutido em família. Naquele jantar, com aquele propósito, há decisões que têm de ser tomadas.
Seguimos, assim, e de muito perto, as ânsias de cada personagem sobre o tal segredo que pode destruir dois lares, para todo o sempre.
A responsabilidade de tamanho feito assenta, precisamente, nos seus filhos adolescentes. A monstruosidade dos atos destes pequenos rebeldes será descoberta rapidamente, antes ainda do prato principal, e o leitor, faminto por mais, perderá o apetite com o desenvolvimento rápido e atroz das ações desesperadas que só um pai, e uma mãe, são capazes.
Não deixem de ler este livro.
Mais do que uma mera história sobre pais e filhos, este livro é um sublinhado a negrito da atualidade em termos de parentalidade.
Até onde vai para defender a sua prol?
Até onde decide ir, - ou não ir - deixando para trás questões como a moralidade, os valores e princípios a transmitir aos mais novos?
Até onde um pai sente que deve recompensar um filho pelas suas próprias fraquezas?
Estas são as muitas questões que surgem e reclamam reflexão profunda depois deste «jantar» tão ... indigesto.
Boas leituras!
2 comentários:
Fiquei curioso
É para ficar! ;)
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