Os Níveis da Vida (Julian Barnes)

domingo, 27 de dezembro de 2015


Acredito que li este livro no momento errado.
Talvez por ser demasiado triste, não sei.
Sei, no entanto, que independentemente do momento, certo ou errado, Julian Barnes continua a integrar o conjunto dos meus autores preferidos de sempre.
Em alguns momentos a leitura flui demasiadamente depressa, como balões que se enchem num sopro aflito. Noutros momentos, sobretudo na última parte do livro, somos confrontados com a crueza da vida, o seu último nível. Penso que aí tudo para numa densidade estranha de quem não entende o último e redentor nível de uma vida que termina.
É precisamente a última parte do livro a que mais me tocou. À escrita bonita de Julian Barnes, junta-se o sentimentalismo necessário e a verdade de quem vive uma real perda. Só com ingredientes de primeira qualidade, deste elevado nível, é que se pode evocar a verdadeira dor implicada na jornada que se vê findar daquele que tanto se amou.
 
"A dor mostra que não esquecemos; a dor realça o sabor da memória; a dor é uma prova de amor. «Se não interessasse, não interessava.»
 
 
Julian Barnes promete assim, com estes «Níveis da Vida», reflexões profundas, e sentidas, sobre o amor, a soma das partes de que aquele é feito, sobre balonismo, sobre a morte, o luto. 
Sobre pequenos nadas que justificam um pouco de tudo na vida.
 
 
 
Recomendo, claro está.

3 comentários:

Carlos Faria disse...

Nunca li Julian Barnes, mas ainda bem que que li este post pois neste momento por questões pessoais não me é conveniente ler obras tristes ou deprimentes.
Gostei de Flores.

Denise disse...

Olá Carlos!
Julian Barnes é, de facto, um autor a considerar na estante de qualquer leitor.
Desejo-lhe uma viragem rápida do seu atual estado p/ bem melhor. Que a chegada do ano de 2016 seja fecunda em bons momentos e, particularmente, em ótimas leituras.
Recomendo John Updike e o seu inesquecível Coelho, ideal para descontrair (sem no entanto, se perder uma excelente oportunidade p/ refletir) um pouco com a vida conturbada e pouco ponderada daquele homem :)

Boas leituras e tudo de bom.

Anónimo disse...

Eu não gostei.
Demasiados lugares comuns que pretendem passar-se por profundos.

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