Foi a minha estreia com Joseph Roth e não poderia ter corrido melhor. Gostei muito deste que é, na semelhança do título, um livro simples. E quem minimiza a simplicidade talvez não entenda que abarca em si as mais importantes grandezas da vida.
Na história de Mendel Singer, judeu, homem simples, professor e pai de família, vive os seus dias na rotina e de quem já pouco pede de novo. Espera o nascimento do seu quarto filho, o Menuchim. Mas contra tudo e todos, a quem sempre fora brindado com filhos fortes e saudáveis, Menuchim parece ter um atraso de desenvolvimento severo, as palavras não se formam, nem tão pouco lhe saem corridas pela boca fora. Isso é motivo de preocupação e da dúvida que a fé rejeita sempre. Nessa tristeza, Singer acaba por se afastar da mulher, Deborah, a quem deixou de desejar, como se o amor entre ambos fosse mau agoiro, como quem previne.
Joseph Roth escreveu uma história sobre o poder da fé e os milagres que acontecem, sempre, pelas caminhos menos esperados, precisamente aqueles que rejeitamos à partida, convictos de que temos algum poder sobre as leis do Universo.
É também a jornada de uma família que larga tudo, em busca de um futuro melhor e procurando proteger a filha mais nova das tentações a que sucumbe sem olhar para trás. Partem para a América, vão ter com o filho que lá prospera. Cá, fica Menuchim, pela deficiência e pelo fardo que não podem suportar.
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Lembra-se quando referi que o poder da fé e o milagre como resposta surgem sempre pelo caminho menos esperado? Pois bem, leia este pequeno livro e permita-se a acreditar um pouco mais, sem arnês, nas infinitas possibilidades que a vida nos dá. Há um milagre em cada esquina. Basta saber olhar. Olhar um pouco mais, desacreditar um pouco menos.
Mendel Singer é disso exemplo.
Um livro ideal para restaurar a fé, tantas vezes perdida nos afazeres de uma vida tão cheia e tão vazia.
💓
Seja feliz,
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