Em «Por este mundo acima», Patrícia Reis convida-nos a entrar num cenário de uma Lisboa vítima de um terrível desastre. O mundo perdeu a forma que se conhecia até então e nesta história sobrará um velho editor que, sem o saber, escapa para viver o drama de quem se vê completamente só, os amigos todos eles mortos e esquecidos.
Ao longo da sua jornada, o leitor conhecerá os amigos deste homem perdido. A sua ausência a permitir-lhe conhecer os segredos que nunca soube pois no meio da destruição, há casas de portas escancaradas e as que não estão, facilmente se pode entrar. Tudo parece possível ao homem, conhecer, desbravar caminho entre destroços, e a depressão que lhe vai ganhando lugar desde o coração até aos ossos.
Será numa dessas muitas deambulações a que se permite, que conhecerá um rapaz e pelo meio, também, o confronto com um livro antigo, nunca antes lido e que, agora, haja tempo de sobra, pode dedicar-se a uma leitura que se apresenta inigualável.
Tenho um manuscrito e uma criança."
Através de um cenário apocalíptico, a autora cria uma história de enorme sensibilidade sobre o poder da amizade, a solidão e os livros como amparo. A amizade do velho editor e do jovem rapaz vai crescendo nos limites da desgraça e, talvez por isso mesmo, se estreitam ainda mais os laços que lhe durarão a vida toda. Há quem diga que é na memória de uns e de outros que nos tornamos imortais. A história de Patrícia Reis é a luva que cabe, na perfeição, dentro deste conceito tão bonito.
Boas leituras e seja feliz,
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