Citação

sábado, 29 de março de 2014



 
 
 
"Vencer a preguiça é a primeira coisa que o homem deve procurar, se quiser ser dono do seu destino."
 
Thomas Atkinson
 
 
 
 
 
 
 

O Sabor dos Caroços de Maçã (Katharina Hagena)

sexta-feira, 28 de março de 2014


"O Sabor dos Caroços de Maçã" é o primeiro romance da autora Katharina Hagena. Um livro de família, amores, encontros e desencontros. E maçãs. Sementes quase mágicas.
Um livro que não me permitiu esquecer os livros de Joanne Harris. Há uma envolvência no contexto, no enredo, nas próprias personagens, tão doce, nessa mistura de sabores e aromas que é, assim, impossível não relembrar a referida autora.
Contudo, o seu enredo, marcado pela simplicidade, torna-se belo e interessante à medida do tempo.
Falamos de um livro que se centra na história das mulheres de uma família diferente e igual a tantas outras, onde temas como o amor, a intriga, a traição e a surpresa são os derradeiros ingredientes, fortes em cada passagem.
Entre as várias gerações, o leitor vai conhecendo uma família, um grupo de mulheres distintas, com as suas histórias, os seus segredos e os seus amores.
Uma viagem ao longo do tempo marcada pelo lado feminino, entre três gerações de mulheres, e essa busca por si mesma onde a necessidade de amar predomina em cada instante.
 
Um livrinho leve, bom para tardes cinzentas.  
 
 
 
Momentos Foto|Literários :)
 
 
 
 
Boas leituras. Bons livros, bons momentos.


Sinopse Porto Editora: Um romance mágico que apela aos cinco sentidos. Três gerações de mulheres numa história repleta de segredos, de relações perigosas e amizades inesperadas, de nostalgia e esperança.
Bootshaven, Norte da Alemanha. O cheiro a maçãs é intenso e envolve a antiga casa e o jardim. Um perfume que leva Iris, bibliotecária em Friburgo, de regresso aos tempos de criança. Muitos anos passaram, mas tudo parece como dantes: a casa na orla do bosque, as groselheiras brancas, os tapetes de miosótis abafados pelas ervas daninhas. Um jardim mágico, dominado pela velha macieira, debaixo da qual as mulheres da família Lünschen conheceram o amor, a amizade... e a morte.
Iris recorda o terrível e misterioso acidente que vitimou Rosmarie, a sua prima querida, com apenas 15 anos. O que estava ela a fazer no telhado do jardim de inverno? E o que lhe teria tentado dizer?

A Filha do Coveiro (Joyce Carol Oates)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Este é um livro verdadeiramente tocante sobre a consciência de uma mulher, ao longo da sua vida. De uma sensibilidade quase inexplicável, hoje falo de um livro que rapidamente integrou um dos meus preferidos de sempre. Já antes, Joyce Carol Oates, com «Rapariga Negra, Rapariga Branca» me havia suscitado um enorme fascínio. Com «A Filha do Coveiro» superou largamente qualquer expectativa que pudesse ter.
Desde o estilo narrativo, o contexto, a densidade que coloca em cada personagem, a dinâmica do enredo, tudo isto junto, resulta num dos melhores livros que já tive oportunidade de ler.
Tudo na "simplicidade" de uma história centrada numa única mulher e no seu percurso de vida. A sua consciência, os seus medos, a infância pautada por uma História que marcou presente e futuro, os receios e a consciência dos passos a serem dados na medida dos dias, difíceis. Como quem foge, sabendo apenas que é em frente. Só em frente.
«A Filha do Coveiro» narra a história de Rebecca, a menina que foge  com a família da Alemanha nazi para os Estados Unidos da América e é aí que se inicia a sua jornada pelo país, percorrendo-o na mesma medida em que procura incessantemente as respostas que preencham as dúvidas sobre quem realmente é.
De extrema sensibilidade, com excertos em que a carga emocional chega a ser quase palpável, a vida de Rebecca é marcada pela resiliência e pela coragem de quem não desiste de procurar, de proteger, de encontrar. 
Joyce Carol Oates criou uma personagem em que a coragem é inata, a vontade é inquestionável, o esquecimento uma ilusão e o amor, inabalável.
 
Absolutamente soberbo.
 
 
www.wook.pt: Em 1936, os Schwart, família imigrada, escapam da Alemanha nazi e instalam-se numa pequena cidade do estado de Nova Iorque. O pai, antigo professor de liceu, vê-se obrigado a aceitar o único trabalho disponível: coveiro e guarda de um cemitério. Os prejuízos e a fragilidade emocional da família conduzirão a uma terrível tragédia, e Rebecca, a filha do coveiro, começa então a sua surpreendente peregrinação pela América, uma odisseia arriscada repleta de erotismo e audácia, inventividade e engenho; no final, um triunfo agridoce, muito «americano».
Uma obra-prima simultaneamente emocionante e intelectualmente provocadora.

Correios (Charles Bukowski)

«Correios» é um livro muito bom. Podia dizer assim. No entanto, parece mal não enaltecer mais esta obra dizendo algo do género: "é realmente espetacular, comecem já a ler!".
Uma história verídica sobre o autor no momento em que foi empregado dos Serviços Postais dos Estados Unidos. Um empregado rude que à falta de melhor tem de aceitar as agruras de um emprego metódico, chato, impecavelmente rotineiro, a tal ponto capaz de levar qualquer um à loucura. A questão é que parece ser ele o único a escorregar vertiginosamente nessa mesma loucura, incapaz de parar. São os envelopes de contagem infinita, os minutos contados dos intervalos, igualmente metódicos, a loucura vai crescendo a passos largos. Também são os colegas. Submissos. Matreiros. Ou simplesmente ... submissos.
A vida, essa. Vai passando, sem questões. Mas com adições.
Há que justificar vazios ou cansaços de uma vida atribulada e sem sentido. Assim, numa vertiginosa jornada em que a sua vida acaba por se tornar, o sexo, o álcool e o jogo assumem os alicerces onde se tenta segurar. Somando dias e subtraindo as questões.
Só até ao dia de amanhã.
Depois, logo se verá.
 
Um livro boémio. Um livro genial!
Recomendo, claro que sim.
 
Ao som de: Foo Fighters "Breakout"
 
 
 
www.wook.pt: Correios, o primeiro romance de Bukowski, é baseado na sua experiência como empregado dos Serviços Postais dos Estados Unidos ao longo de uma década, e foi publicado num momento em que o seu nome ascendia ao plano do reconhecimento literário universal.
Ponto de partida ideal para qualquer leitor que se queira iniciar na prolífica obra de Bukowski, encontramos em Correios as qualidades dos seus restantes trabalhos. Repleto de cenas hilariantes, este romance é também um retrato fiel das frustrações de um funcionário público sofredor.
As suas personagens, entre a ficção e a realidade, captam a essência e a universalidade do ser humano e nós, leitores, continuaremos a topar, em Bukowski, com bebedeiras, mulheres, zaragatas, eventuais rebates de consciência, enfim, com os trambolhões da vida.

O Deus das Moscas (William Golding)

quarta-feira, 5 de março de 2014


Começo desde já por dizer que hoje vos apresento um  livro  sensacional. Após um acidente de avião, um grupo de pequenos rapazes são abandonados à sua própria sorte numa ilha...
De um momento para o outro, deixarmos o mundo que sempre conhecemos e partirmos para uma verdadeira jornada em que nada é o que foi, nem nada do que foi, voltará jamais a ser vivido da mesma forma.
A intensidade e, por vezes, o quase absurdo, de certas passagens do livro, nem dão tempo para grandes reflexões. Ao acabar, ao entregar o livro à estante, paramos e então percebemos o quanto da nossa fragilidade nos contempla e o quanto disso nos esquecemos, todos os dias.
 
Um livro obrigatório, em todos os sentidos.

A Mulher Certa (Sándor Márai)

segunda-feira, 3 de março de 2014

 
"Não é verdade que a dor nos purifique, nos torne melhores, mais sábios e compreensivos. Tornamo-nos frios, lúcidos e indiferentes." (p.42)

 
Este livro, narrado a três vozes distantes, mostra-nos os lados diferentes do amor. E do amor muito se espera, muito se recebe e, daí, não é concretamente aquilo que realmente se pretende. Daquilo que se anseia - se espera - a realidade tende a ser, vem a ser, totalmente distinta das ilusões que o tempo também cria na mente e na alma apaixonada.
Dessa forma, estas vozes distintas nas emoções e valores, vão dando ao leitor a oportunidade de conhecer essas facetas de quem ama, de quem espera amar ainda mais, de quem amou e já nada espera, de quem sempre amou sabendo ser um erro, oh, uma catadupa de projetos de amor que não saíram de uma arquitetura meramente desenhada em papel vegetal, frágil, destinado à traição dos mais cobardes. Porque o amor é assim uma espécie de filme que tem de acabar, para estas três vozes, ávidas de contar, muito depressa, a sua história de amor perdida, ou esquecida. Quanto mais depressa for contada, mais depressa poderá ser esquecida.
É assim numa jornada de quem julga a felicidade "uma ilusão inalcançável" que percorremos as páginas mais íntimas de Sándor Márai.
Um apelo tocante ao amor e aos inevitáveis receios que, implacavelmente, traz consigo por onde quer que passe, e essa dor que traz indiferença e troca radicalmente um sentimento por outro, numa troca levada por um quase desespero de fuga.
Interessante. Previsível.
Mas não serão assim os sentimentos mais pungentes?
 
 
Um excelente livro.
 
Muitos livros. Muitas leituras. E boas energias.
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