O Mundo dos Ricos (F. Scott Fitzgerald)

domingo, 21 de abril de 2013


O amor é muito mais forte quando desaparece. Pode parecer surreal, pouco real, nada leal, mas é verdade. A necessidade de cuidar, proteger, manter esse amor que se ergue diariamente perante nós, desaparece pela força dos dias que afirma uma rotina emparelhada com a certeza de quem ficará para sempre.
Nesse embalar de certezas, vão-se os afectos e as suas demonstrações. Fica-se pela rotina emparelhada com a certeza de quem ficará para sempre. Uma gaveta com os segredos roubados pela intimidade, e o pó acumalado pelos dias partilhados.
Porém, um dia diferente, e alguém decide que a rotina deixa de se emparelhar com a infinidade de dias seguidos, e vai embora. Aí tudo muda.
O amor arrumado e passado a ferro ganha uma nova vida, ausente, e por isso, muito mais vivo. Revelador. Novo. Detentor de vontades ausentes. Desejoso de mostrar o que jamais mostrara. Corajoso. Lutador de causas perdidas. Herói sem espada. Mas herói. Transbordante de um amor antigo, agora recriado. Porque é tarde demais.
Ganha mais sabor, porque não se tem. E por isso, se quer.

 

Mas já não tem. Nem nunca terá.

 

E é assim o amor. Uma complexa equação de «não ter».
 
 
www.wook.pt: Escrito num período em que o próprio casamento do autor conhecia dificuldades, "O Mundo dos Ricos" abala o mito do verdadeiro amor, concentrando-se antes na destrutiva luta pela posição dominante e pelas frívolas questões do dinheiro e da classe social.
 

Da Mão para a Boca (Paul Auster)

sexta-feira, 5 de abril de 2013


Dizem que este livro é soberbo. E eu concordo. Sobretudo por ser uma admiradora inquestionável da obra de Paul Auster.
É muito interessante conhecer a pessoa que se esconde por entre as palavras que compõem as histórias que nos encantam tantas vezes, que preenchem muitos livros das nossas vidas.
Paul Auster escreveu literalmente da mão para a boca, numa altura da sua vida em que o dinheiro era água que rapidamente escorria das mãos, sem tempo para ser visto ou agarrado para saciar despesas emergentes de uma vida desesperada.
Este livro retrata, assim, a sua trajectória, os dissabores enquanto jovem escritor.
Felizmente nunca desistiu do sonho jovem de se tornar escritor e hoje é um dos mais apreciados no panorama da literatura norte-americana.
Felizmente para ele. Para os leitores. E para os incógnitos aspirantes a escritores.
 
 
 
www.wook.pt: A narrativa autobiográfica que compõe este volume conta-nos a história do jovem escritor Paul Auster. Num tom profundamente intimista e revelador, o autor abre-nos a porta para os anos da sua entrada na literatura e na vida, quando o que a mão escrevia servia para alimentar a boca. O relato comovente e divertido dessa época é assim, também, uma lúcida reflexão sobre o dinheiro e sobre o que significa não o ter. Dinheiro era o que Auster pretendia ao escrever, na época, textos tão diversos como peças de teatro, romances policiais e, até, um jogo de cartas baseado no baseball.
Mais de uma década após a primeira edição de em Portugal, a ASA orgulha-se de (re)apresentar aos leitores portugueses um livro que é já uma referência canónica para todos os admiradores de um dos grandes nomes da literatura norte-americana.
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