A Desordem do teu Nome (Juan José Millás)

sexta-feira, 6 de abril de 2012



Tudo em ti é trágico. E tudo em mim, trágico é. Se tentar explicar cada um dos meus pensamentos, o psicanalista abordará esse termo «delírio», do qual eu vou fugir. Na realidade nada há, verdadeiramente, de real. Nessa falta de realidade, perco-me em ti. E tu em mim. Numa história por nós criada. Numa história por mim, finalmente, escrita. Por ti manobrada. Por mim narrada.
Numa desordem plena, cujo teu nome é gravado em mim para sempre, vezes e vezes sem conta.

Julio



Ao som de uma saudade que nada pede.


Nota: Juan José Millás é incapaz de nos deixar indiferentes.


Resumo: Era um fim de tarde de Abril e Julio regressava do psicanalista. O enamoramento de Laura é uma consequência quase imediata e as semanas passam a girar em torno daqueles encontros no parque, em que o diálogo assume uma forma difusa e promissora. Millás coloca as suas personagens num espaço psicológico labiríntico, num jogo de espelhos sem fim em que o latente e o manifesto, imaginação e acontecimento se permutam a cada momento. Iminente, a inversão súbita do jogo, pesa, suspensa, sobre o eu e o seu duplo, num movimento profundo entre o real e o fantástico e que irá culminar na sua forma última - a própria metamorfose. Juan José Millás pertence à mesma geração literária de Álvaro Pombo ou Javier Marías e como eles é um expoente da nova literatura espanhola. Este romance não só foi aclamado pela crítica como se tornou num dos maiores sucessos de vendas em Espanha, com mais de vinte edições. www.wook.pt


Sem comentários:

CopyRight © | Theme Designed By Hello Manhattan