Correr com Tesouras (Augusten Burroughs)

domingo, 15 de setembro de 2013

Estava a conversar com um grande amigo, com este livro na mão, e dizia eu: "Adorei este livro!" Daí, surgiu uma conversa sobre famílias disfuncionais que parecia não querer acabar...
«Correr com Tesouras» demonstra a genialidade do autor em transformar uma vida repleta de disfuncionalidades na destreza de ser capaz de olhar em frente e sobreviver. Doutorado em «Sobrevivência», como o próprio refere, este livro é um relato verdadeiramente surpreendente sobre a força humana, a necessidade de renovação e a capacidade de resiliência. É obrigatório.
Desde que se recorda, Augusten viveu rodeado pelo perfume característico da mãe e pela recordação das suas constantes ausências.
O acolhimento numa família nada comum traçou todo o seu percurso, desenhou o fim da sua infância e reforçou a certeza de uma adolescência marcada por modelos incapazes de seguir.
 
"O problema de não ter ninguém que nos diga o que fazer, compreendi então, era não ter ninguém para nos dizer o que não fazer."
 
Independentemente de um percurso pautado por ausências, disfuncionalidades, loucuras, num mundo muito para lá do inconveniente que compete a uma criança conhecer, o autor prova que é possível correr com tesouras, cortar-se, e curar-se das feridas. Tudo num mesmo percurso integrador de quem se supera a si mesmo.
 
Muito bom!
 
Ao som de: Radiohead - "Creep"
 

 
www.wook.pt: Augusten tem doze anos e diversas obsessões: joalharia, decoração, penteados, roupa e luxo em geral. A mãe, aspirante a poetisa, está a atravessar um divórcio difícil. Quando o seu psiquiatra, o excêntrico Dr. Finch, sugere que seria melhor para ela «separar-se» também do filho, ela não hesita. É assim que Augusten se encontra a viver no seio da estranha família Finch, onde a única regra é não haver regras: a árvore de Natal fica na sala durante todo o ano, o Valium é consumido livremente e, quando não há mais nada para fazer, pode-se sempre brincar com a velha máquina de electrochoques. Para Augusten, aceitar a sua homossexualidade, ao longo da adolescência (e descobrir que a mãe também é lésbica) é o menor dos desafios, ao crescer numa família sem regras ou sem ter qualquer espécie de acompanhamento, o que Augusten aprende é até que ponto a autonomia se pode tornar uma arma indispensável à resistência da sua sanidade mental.
 


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