Costumo dizer às crianças que temos uma espécie de gavetinhas na cabeça e que é lá que guardamos as nossas memórias. As nossas recordações. É lá que que se encontram as respostas de sabermos o que comemos no dia anterior, o porquê de gostarmos tanto do nosso cão ou da nossa gata. Também é lá que se encontram as raízes das nossas emoções. Ora se está com cara de poucos amigos, ora brilham os olhos porque lá dentro algo nos chocalha as entranhas e nos faz querer muito, e muitas coisas. Quando divago, eles, mais resolutos, definem questionando: "Ah! A Beatriz faz os meus olhos brilhar, muito mais do que as cenouras. É porque gosto dela, não é?"
Se vasculharmos as nossas gavetinhas, estará lá a Beatriz ou o Tiago, e momentos de brincadeiras que a pele torrou ao sol na prova certa dos dias perfeitos, cujo tempo não passa nunca.
E o bom dessas gavetinhas é a possibilidade de lá se poder voltar, sempre que se quiser, mantendo vivo aquilo que foi, aquilo que ainda é, o que poderá não ser ou o que forçosamente deve permanecer.
2 comentários:
:)
Fez-me lembrar "O Pássaro da Alma", de Snunit.
Um livro para crianças e adultos, de uma singeleza e beleza desconcertantes.
Bom domingo, Denise!
Obrigada, Beatriz.
Não conheço... mas algo me diz que tenho de tratar já disso! :)
Bom Domingo!
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