"Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?
O
fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo.
Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou
receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é
também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização
de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se
encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a
ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do
que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o
semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes. Que escolher, então? O peso ou a leveza?"
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"A Insustentável leveza do ser", de Milan Kundera, é a minha leitura do momento e está a ser uma agradável surpresa. Já leu? O que me diz?
Seja feliz,
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