Desaparecidos (Caroline Eriksson)

domingo, 4 de junho de 2017


«Desaparecidos» é o primeiro thriller de suspense da autora Caroline Eriksson. Os seus primeiros livros foram baseados em casos reais de assassinatos na Suécia.
 
A história de «Desaparecidos» poderia também, e infelizmente, basear-se numa história real. Esta começa quando uma mulher, Greta, percebe que o seu marido, Alex, e a sua filha, Smilla, desapareceram na ilha no meio do lago Maran.
 
Os pilares da história estão arquitetados mas, agora, esqueça tudo o que eu lhe disse porque a Greta não tem marido nem filha. Surpreendido? Claro que sim.
 
Impostora. Lunática. Vadia. Chame-lhe o que quiser, nessa tendência tão humana ao julgamento fácil. Pode ser isso tudo, pode não ser nada disso. Greta é uma mulher como tantas outras e, como tantas mais, vive na sombra de um passado que lhe moldou a forma de viver o presente e o futuro.
 
Não é minha intenção desbravar consigo mais pormenores desta história. Deve ler, como tantas vezes o digo, sem qualquer arnês. Aí, poderá julgar como eu fiz: com conhecimento de causa.
 
A história de Caroline Eriksson retrata um conjunto de mulheres frágeis emocionalmente e todo o resvalar, esperado, dessa mesma fragilidade. Obviamente, nessa fragilidade cabe um homem igualmente perturbado. Estão assim reunidas as condições mais tristes e lamentáveis na busca, tão irrisória, daquilo que julgam ser amor.
 
Dizem que amar se reveste da importância maior na vida de alguém. Caminhemos em direção a esse amor redentor que nos salvará dos demónios escondidos na gaveta, no armário, na casa inteira. Todas as mulheres desta história carregam essa ilusão esburacada.
Se há uma nota a retirar desta história é, indubitavelmente, o quanto a miséria emocional nos pode enterrar, dia após dia, em esperanças vãs de uma salvação por mãos de terceiros.
 
Ao som de: X Ambassadors
 
 
 
 
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