Voar sobre os telhados pode, num pensamento um tanto descuidado, levar-nos a pensar sobre o que será realmente necessário para alcançar essa proeza. Talvez voar sobre os telhados requeira um esvaziamento de nós mesmos para, mais leves, erguermos o corpo para lá do chão.
A questão que se impõe recai na curiosidade de saber o que deveríamos, então, tirar de nós mesmos para nos tornarmos mais leves. Eis que nos chega, sem pedir, um paradoxo: se aquilo que nos pesa é um vazio que não se explica, como poderemos então voar? Como tirar o peso de um vazio que sempre nos habitou e, pior, nos habituou?
Já disse algumas vezes que João Tordo escreve histórias que sabem a pouco. E não, isto não tem de ser necessariamente mau. Porque não é. Porque é, acredito, intencional. Um pouco que deve, que tem de ser preenchido pelo leitor que, desamparado, recebe uma história que também pode ser a dele. Há uma empatia profunda nas histórias do autor e é precisamente por esse caminho que o leitor, sempre desamparado, encontrará novas histórias em si mesmo.
Assim, neste que é o penúltimo livro escrito pelo autor, conheceremos uma história ramificada por dois personagens centrais, divididos no tempo, na personalidade e nos lugares. Entre Japão e Portugal, desfasado por mais de 100 anos entre si, a história torna-se nesse funil que, pasme-se, tão bem se pode comparar à vida e aos dias que a preenchem, vai afunilando numa história comum.
Tudo parece começar com o suicídio de um professor. O narrador, funcionário do liceu em questão e um alcoólico em longa recuperação, começará a liderar um grupo de professores consternado com a morte do colega. Será numa dessas reuniões de grupo que surgirá a peculiar personagem de nome Katsuro.
É a partir deste momento que Portugal e Japão se cruzam, através de duas personagens com um ponto bem preciso e comum: o tal vazio. Atravessado no tempo, o leitor conhecerá as dores de cada um, aparentemente tão distintas, certamente tão iguais.
Será a semelhança de uma dor, revertida em espelho, que unirá estes dois homens na busca, na procura, no encontro de si. E que caminho de reencontro, esse. A infância, a família, os traumas, as pequenas alegrias mas, sobretudo, os grandes arrependimentos, imprimem a negrito uma história de redenção pessoal.
Desafio-o a conhecer em pormenor a história destes dois homens, ladeados por personagens que nos provam que a solidão nem sempre é requisito para compreender o que vai mal em nós. Por vezes, é precisamente o contrário. É necessário um reflexo, um espelho e dois aprendizes que, em conjunto, aprendem essa arte de voar. Sobre a vida. Sobre os telhados.
A questão que se impõe recai na curiosidade de saber o que deveríamos, então, tirar de nós mesmos para nos tornarmos mais leves. Eis que nos chega, sem pedir, um paradoxo: se aquilo que nos pesa é um vazio que não se explica, como poderemos então voar? Como tirar o peso de um vazio que sempre nos habitou e, pior, nos habituou?
Já disse algumas vezes que João Tordo escreve histórias que sabem a pouco. E não, isto não tem de ser necessariamente mau. Porque não é. Porque é, acredito, intencional. Um pouco que deve, que tem de ser preenchido pelo leitor que, desamparado, recebe uma história que também pode ser a dele. Há uma empatia profunda nas histórias do autor e é precisamente por esse caminho que o leitor, sempre desamparado, encontrará novas histórias em si mesmo.
Assim, neste que é o penúltimo livro escrito pelo autor, conheceremos uma história ramificada por dois personagens centrais, divididos no tempo, na personalidade e nos lugares. Entre Japão e Portugal, desfasado por mais de 100 anos entre si, a história torna-se nesse funil que, pasme-se, tão bem se pode comparar à vida e aos dias que a preenchem, vai afunilando numa história comum.
Tudo parece começar com o suicídio de um professor. O narrador, funcionário do liceu em questão e um alcoólico em longa recuperação, começará a liderar um grupo de professores consternado com a morte do colega. Será numa dessas reuniões de grupo que surgirá a peculiar personagem de nome Katsuro.
É a partir deste momento que Portugal e Japão se cruzam, através de duas personagens com um ponto bem preciso e comum: o tal vazio. Atravessado no tempo, o leitor conhecerá as dores de cada um, aparentemente tão distintas, certamente tão iguais.
Será a semelhança de uma dor, revertida em espelho, que unirá estes dois homens na busca, na procura, no encontro de si. E que caminho de reencontro, esse. A infância, a família, os traumas, as pequenas alegrias mas, sobretudo, os grandes arrependimentos, imprimem a negrito uma história de redenção pessoal.
Desafio-o a conhecer em pormenor a história destes dois homens, ladeados por personagens que nos provam que a solidão nem sempre é requisito para compreender o que vai mal em nós. Por vezes, é precisamente o contrário. É necessário um reflexo, um espelho e dois aprendizes que, em conjunto, aprendem essa arte de voar. Sobre a vida. Sobre os telhados.
Seja feliz,
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