Por cima do mundo (Paul Bowles)

segunda-feira, 18 de maio de 2020


Esta foi a minha primeira experiência de leitura de Paul Bowles. Conhecido, acima de tudo, como viajante, senti que «Por cima do mundo» poderia ser, também, uma viagem ao interior de cada uma das personagens que aqui vivem.
A história começa com a jornada de um casal de turistas em viagem. Para lá das atribulações que vivem entre as más condições físicas, e alguns visitantes inesperados e intrometidos, será no terraço de um apartamento muito sofisticado, pertencente a um jovem e peculiar casal, os Slade, que tudo acontece. 
A estranheza dos convidados perante o grande à vontade do casal, bem como a familiaridade com que são tratados, rapidamente se entranha e as conversas fluem, apesar de muito díspares entre si. A dado momento, entre desmaios e achaques, o leitor viaja também até ao âmago das incertezas de cada um a viver aquela histórias e as dúvidas ganham raízes, mais e mais consistentes.
Na sinopse podemos ler aquela que considero a melhor expressão para definir este livro na totalidade: «(...) um tortuoso labirinto de relações humanas (...)». Ao longo da leitura, vamos sendo guiados pelas incertezas, medos e receios deste grupo de pessoas sem, em momento algum, encontrar respostas concretas para um cenário que se, inicialmente, nos é pintado como um paraíso, rapidamente a relação destas quatro personagens, os donos da casa e o casal turista, termina numa realidade muito mais assustadora.




Seja feliz,

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