«Manual de sobrevivência de um escritor ou o pouco que sei sobre aquilo que faço» marca o regresso de João Tordo num registo diferente. O autor traz-nos um ensaio literário muito cuidado em que a humildade assume lugar de destaque neste que é um alinhavar profundo de ideias e conceitos sobre a arte da escrita, sempre envolta numa aura de mistério e fascínio.
É um livro dedicado, principalmente, a todos aqueles que aspiram à mesma arte, contudo, o autor sublinha que o mesmo se estende também a todos os curiosos em torno da temática da literatura e do processo criativo.
Reforço a humildade como nota presente em todo este ensaio literário. O autor vai direto ao ponto, sem espaço para entusiasmos fora da caixa, é honesto, por vezes incisivo e, outras tantas, tem um dedo que pressiona a ferida dos sonhadores sem arnês.
Não há receitas mágicas e quando o assunto é viver da escrita, é necessário um banho de realidade face aos enormes desafios que um futuro escritor tem, forçosamente, pela frente. A definição, sempre pouco clara, do que é um escritor, a importância exagerada do enredo de um livro, a suposta técnica, o amor como temática tantas vezes abordada, as manias e a necessidade de lidar com o fracasso, são alguns dos assuntos desenvolvidos por um autor muito consciente e bondoso. João Tordo trata os futuros escritores com uma bondade admirável, como quem previne sem assustar demasiado mas, também, sem castelos construídos no ar.
Entre a humildade e o equilíbrio que até os sonhos exigem, João Tordo desafia-nos a conhecer os bastidores de quem escreve não esquecendo a partilha de algumas receitas conscientes para quem aspira a fazê-lo no futuro.
Gostei imenso e deixo aqui a minha enorme recomendação para futuros escritores e, na mesma medida, a todos os bons leitores.
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