A importância dos livros infantis e a leitura dinâmica

quinta-feira, 18 de junho de 2020



A importância da leitura é, quase sempre, reconhecida pela maioria. Contudo, do reconhecimento à prática efetiva, assim como uma consciência mais desenvolvida sobre os ganhos imensos e subdivididos numa enormidade de áreas, vai - infelizmente - uma larga distância.
Já lá vai o tempo em que a atenção ao desenvolvimento da inteligência de uma criança se centrava, apenas e só, no QI. O que quero dizer é que, felizmente, o avanço nos estudos científicos na área da psicologia apontam para diferentes tipos de inteligência que, além quociente prático (o tão conhecido QI), são determinantes para um desenvolvimento pleno e melhor sustentado da criança. Daniel Goleman é um dos estudiosos pioneiros na área da «inteligência emocional», dando provas claras do quanto este tipo de inteligência é determinante na tomada consciente de decisões, no desenvolvimento pessoal que será sempre de «dentro para fora» e nunca ao contrário. Sublinho este ponto no sentido em que a sociedade tal como tem vindo a ser desenhada ao longo do tempo, imprime em todos nós, e nas crianças desde logo, a tendência a olhar o outro e no jeito da comparação, fazer porque viu sem antes pensar no que vai fazer.
Toda esta minha introdução surge para destacar a importância que a leitura infantil detém no desenvolvimento de uma criança em todas as áreas, não apenas para assegurar aos papás que lendo muito, a criança será tão inteligente que governará o mundo com toque de ouro. Não é assim que todo o processo acontece e é bom que se alerte para a urgência de um desenvolvimento pleno, que abarque todas as áreas de desenvolvimento da criança, incluindo uma mais recente descoberta neste campo: «a inteligência espiritual». Um bom desenvolvimento nesta área é determinante para uma criança mais consciente de si mas, também, mais consciente dos outros. A empatia é um dos grandes potenciais benefícios neste processo e é aqui que a leitura dinâmica com as crianças poderá revestir-se como um valioso recurso. 
Não basta ler, por ler. É importante saber como ler, pois será esse caminho, percorrido por toda a família, que irá determinar o amor às histórias. Para muitas crianças de pouco valerá oferecermos um livro e dizer-lhes "espero que gostes, e lê depressa!". Nos dias que correm, em que a tecnologia tem um encanto incomparável aos olhos dos mais pequenos, é necessário que pais, avós, tios, primos, TODA a família, se arme com poderosos recursos capazes de derrubar, por pouco que seja, o estigma de que ler é enfadonho e cansativo. 
São muitos os pais que me dizem que, por mais que tentem, não conseguem fazer a criança gostar de ler. Muito disto acontece porque muitos pais, na mesma medida, não gostam de ler. Esse é um dos muitos cenários em que estratégias específicas devem ser adotadas e desenvolvidas. Comecemos pelo exemplo: sendo o pai e a mãe os primeiros modelos de regulação na vida da criança, não espere e mostre à criança que tem o hábito de ler o jornal, pegue em livros à sua frente, elogie uma história, diga como se sentiu quando descobriu o final deste ou daquele livro. Do exemplo passará à curiosidade que, acredite, é abundante e admirável em toda e qualquer criança.
A partir do momento que no seio familiar foi passado o exemplo do livro enquanto objeto valioso, é hora de estimular mais de perto: faça sessões de leitura conjunta com os mais pequenos. Se ainda não aprenderam a ler, leia você, entusiasme-se, mostre o que sente ao ler aquele pequeno livro e, por fim, faça muitas questões. Dessa forma, estará a promover o pensamento crítico da criança, a empatia e a concentração. São muitos ganhos, não me dirá?
Se a criança já sabe ler mas é preguiçosa, crie a "a hora da leitura em palco". O que é isto? Um termo criado por mim para uma ação facilitadora das relações familiares em que o livro, e o seu leitor, ganha destaque. Na sala ou onde se sentirem mais confortáveis, a criança (e o irmão, se for o caso) é desafiada a ler um pequeno trecho (que poderá ser aumentado com o tempo) em voz alta. Depois de fortemente elogiada pelos pais, será novamente desafiada a responder a algumas questões, como por exemplo: 

1) O que sentiste quando estavas a ler?
2) Se fosses a personagem do livro, o que farias de diferente?
3) A personagem tem alguma característica com a qual te identifiques?

Este é um pequeno exemplo do quanto podemos ser criativos quando o assunto é promover o amor dos mais pequeninos aos livros. Através deste tipo de atividade, a criança perceberá o livro como mais do que aquele objeto enfadonho, sem luzes ou botões. Gradualmente, e na medida da dedicação e empenho de toda a família, a criança viverá as histórias escritas como mensagens importantes (e divertidas!) que a ajudarão a enfrentar os seus maiores desafios. É nesse momento que nasce a esperança de que o livro se tornará o seu melhor amigo.

Haja esperança e determinação nesta que é a maior conquista que um pai e uma mãe podem abraçar pela felicidade dos seus pequenos.



Com o apoio:
Penguin random house Logos
Seja feliz, leia muito e conquiste o amor dos pequeninos à leitura!

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Ler faz bem à alma, alegra o ego e dá paz ao coração.
.
Um dia feliz
Cumprimentos

Denise disse...

Concordo plenamente!

Obrigada e igualmente

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