O Deus das Pequenas Coisas (Arundhati Roy)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

«O Deus das Pequenas Coisas» é o primeiro romance da indiana Arundhati Roy, tendo sido reconhecido com o prémio Booker Prize 1997.
 
Esta história, precisamente pela simplicidade aparente, prova-nos a magia vitalícia que só a literatura nos oferece, quase de mão beijada.
 
Como só quem escreve com o coração na garganta, Arundhati Roy tece linhas marcadas pelo tempo que vai oscilando na vida de uma família para, numa escrita singular, nos fazer tremer o chão e refletir no quanto a vida é esse sopro. O quanto somos todos fruto dessa teoria do caos. A borboleta que voa lá além e que, por isso mesmo, provocará um tornado sabe lá Deus onde.
 
Em «O Deus das Pequenas Coisas» o leitor acompanhará a  história de três diferentes gerações de uma família de Kerala (Índia). Tudo começa com a chegada de Rahel já mulher, da América, pronta a mergulhar no passado da família e no confronto com tudo o que ali aconteceu.
Ela espera por Estha, o seu irmão gémeo, adormecido num passado que lhes mudou o ritmo aparente das suas vidas simples, pequenas, de quem sabe ler ao contrário e viver contra as marés. Sem nunca esquecer Sophie Mol. Terá, de facto, a sua história começado e terminado com a chegada da prima?
 
Um livro que exige leitura sem arnês. Para muitos trata-se de uma saga familiar, e é. Mas, na mesma medida, «O Deus das Pequenas Coisas» é uma das histórias de amor mais bonitas que alguma vez conhecerá.

Falo da fragilidade das coisas. Do mundo. Das pessoas. Dos laços que se criam para, mais tarde e com conhecimento de causa, estrangularem todos os sonhos. É isso e muito mais que fez da história de Arundhati Roy uma quase obrigatoriedade, demarcada também por um período político difícil, a espelhar as tristezas e dramas de uma família condenada em si mesma.

Fica o amor, independentemente das suas leis e ditames fáceis, de quem não lhe conhece os movimentos e o tenta aniquilar. Dizem, e tão bem, que uma verdadeira história de amor é aquela condenada desde o início.

 
Se é daqueles que, como eu, demorei tanto a conhecer esta história, corra depressa.
Recomendo. Muito.

6 comentários:

Beatriz disse...

:)
Li há uns anitos e gostei.
A escrita em Inglês é bastante cativante e expressiva.

Beijinho, Denise.

Denise disse...

Gostei imenso deste livro :)
Foi uma grande surpresa. Daqueles livros que vamos arrastando no tempo mas, depois, tornam-se muito especiais.
Mesmo em português, há expressões tão bonitas. Em inglês deve ser melhor, claro.
Beijinho!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Já ouvi falar deste livro e agora fiquei curioso em lê-lo.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Sandra Santana disse...

Tenho esse livro para ler aos anos e não sei porquê nunca lhe peguei, mas agora acho que não vou deixá-lo muito mais tempo na estante e será com certeza uma das minhas próximas leituras. Obrigada pelo despertar!

Bárbara Ferreira disse...

Acabei este há dias (...há duas semanas, ups) e ainda não publiquei a minha review (daí o ups). Achei lindíssimo! ~Tão giro quando alguém lê os mesmos livros que nós, mais ou menos ao mesmo tempo :)

http://barbarareviewsbooks.blogspot.pt/

Denise disse...

Olá Francisco,
Um livro lindo. Recomendo muito e espero que goste!
Bom fim-de-semana e muitos livros.

Olá Sandra :)
Que bom que o meu entusiasmo foi capaz de te "despertar". É um livro realmente muito merecedor. Depois deixa a tua opinião!


Bárbara, olá!
Que bom. Que venha essa opinião, estou muito curiosa.
Vou passar no teu cantinho.
Não há nada melhor do que partilhar leituras e descobrir, sempre, mais e mais livros memoráveis :)

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