«Este é o meu marido. Este é o meu marido.»
Dou comigo a pensar enquanto contemplo aquela gélida imagem de homens negros, agarrados a cordas, no rio, comandados por ele. Só porque sim. Numa rídicula luta à Darwin.
Este é o meu marido.
Sempre achara, na inocência da idade, que todas as suas reservas eram o rascunho de um desenho final de grande sensibilidade, que admirava.
Não. Era um rascunho de estranha arrogância, fortaleza nojenta, de um pó que carregava e largava sempre consigo.
Um pó que fazia arder os olhos e o coração.
Que fez arder. Juntamente com Sarah, a que se tornara gaveta dos seus filhos amarelos.
Fez arder, esse pó. Fer arder, tudo.
Hoje contemplo a janela, ferida. Mas livre.
Dedicado às mulheres que viveram, e vivem, de coração envolto em armaduras de ferro.
Dedicado a grandes mulheres.
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