A Dama das Camélias (Alexandre Dumas, Filho)

domingo, 4 de agosto de 2013

 



Os clássicos da literatura têm sempre um encanto especial. "Um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer", já alguém assim o referiu.
«A Dama das Camélias» é um clássico. Por si mesmo. Uma história aparentemente simples, mas uma excepção, pois "se fosse uma generalidade, não valeria a pena escrevê-la".
Não é comum uma cortesã apaixonar-se e largar os luxos que a complementam. Não é comum uma mulher por conta deixar para segundo plano uma vida desafogada em troca de sentimentos que nada lhe asseguram. Não é comum essas mulheres terem coração, assim se dizia.
«A Dama das Camélias» era essa excepção. Abraçou o amor ao invés da vida que sempre conheceu, enfrentando todas as adversidades que saberia, à partida, que a esperariam. No entanto, sendo a vida um conjunto de somas e subtrações nada previsíveis, Marguerite Gautier não somou ao seu romance salvador as imperfeições desse sentimento.
Inseguranças e medos de quem ama quem já primeiro amou números e jóias. Medos de quem ama quem já amou a quem muito antes amou sem coração. Um rodopio de medos de amar, e dores de amor.
Restou a esperança de uma história por contar. Restou sempre a esperança de uma carta por ler. Restou sempre a última força, redentora, de invocar uma verdade que justificasse os gestos.


"É certo que deve parecer muito ousado da minha parte querer obter grandes resultados do fraco assunto que trato; mas sou daqueles que acreditam que tudo está em pouco. A criança é pequena e encerra em si o homem; o cérebro é estreito e abriga o pensamento; o olho é apenas um ponto e abarca léguas."


O narrador desta história de amor permite conhecer o desfecho. Onde o pouco se torna muito, onde a esmagadora simplicidade dos gestos acaba por prevalecer a tudo o resto. Onde o amor, nos lugares mais improváveis, nasce e permanece. Para lá do suposto.


Um dos mais notáveis romances dos século XIX e que, obviamente, recomendo.
 

www.wook.pt : Marguerite Gautier, cortesã, é uma amante sustentada por alguns dos homens mais ricos de Paris. O seu hábito de levar sempre uma camélia branca quando vai à ópera ou ao teatro vale-lhe a alcunha de «Dama das Camélias». Vive uma vida de luxo e dissipação, mas no seu coração escondem-se as sombras de uma melancolia discreta e persistente. Até que conhece o jovem idealista Arman Duval, cuja paixão intensa lhe devolve a fé no amor... Mas será possível amar contra todos os preconceitos e convenções? Acima de tudo, será possível amar quando o amor pode custar a própria vida de quem ama? Marguerite Gautier, que Verdi transformou na Violetta Valery de "La Traviata", e a quem deram rosto actrizes como Greta Garbo e Sarah Bernhardt, é um dos ícones da feminilidade no século XIX.
 


5 comentários:

ANGIE disse...

muito interessante! :) a escritora deste blog tem bom gosto!

Anónimo disse...

muito interessante :)

chuva disse...

Acho que é destes que eu preciso para reavivar a vontade de voltar a ler...

Raquel disse...

Este é um dos clássicos que está na minha lista "para ler".
Gostei muito da opinião!
Boas leituras

Denise disse...

Obrigada Kel :)

É um livro que vale a pena, sobretudo pela sua "atmosfera clássica". Uma bela história de amor.

Boas leituras!

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