Almas Cinzentas (Philippe Claudel)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013


Em «Almas Cinzentas» a realidade que surge parece diluir-se na velocidade do tempo e, simultaneamente, essa velocidade torna-se igualmente diluída, sem sombras de qualquer certeza. Sobretudo, certezas que permitam balancear na precisão matemática isso que dizem ser o certo e o errado.
Aquilo que ontem era irrevogavelmente certo, punível, que dava ao coração o alento da investigação e da vingança que curaria uma dor já antiga no tempo, mas eternamente recente no seu azedume, deixou agora de ter qualquer sentido. Ou outro sentido que os dias, as sombras, permitiram lá chegar.
O sentido das almas cinzentas. Todas elas iguais. Num único ponto comum: a nostalgia de um tempo que jamais voltará.
 
Um livro a reter.
 
 
 
www.wook.pt. Vencedor do Prémio Renaudot, Almas Cinzentas foi considerado o romance preferido dos livreiros, segundo um inquérito conduzido pela revista Livres-Hebdo, bem como – segundo a revista Lire - o mais importante romance publicado em França durante o ano de 2003.
Um romance que, em jeito de thriller, toca o universal para revelar o ser humano em toda a sua fragilidade e grandiosidade.
Inverno de 1917. Numa pequena povoação da Lorena, a poucos quilómetros do campo de batalha onde decorre uma das maiores carnificinas da história da Europa, é descoberto o cadáver de uma menina de dez anos. O assassino é encontrado na figura de um jovem desertor que é imediatamente executado, ainda que uma testemunha diga que viu a criança encontrar-se com o insondável Procurador da terra na noite do crime.
Muitos anos depois, vai ser o polícia da aldeia, que desde o início duvidara da culpa atribuída ao rapaz, a relembrar o dia do crime e a cadeia de acontecimentos que o precederam e que se lhe seguiram. Uma história que termina com a tomada de consciência de que, na fronteira entre o bem e o mal, todos somos a um tempo culpados e inocentes, justos e injustos, almas cinzentas e atormentadas.
 

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