Ansiedade (Isabel Moreira)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

 
 
"...uma raridade a tristeza ser uniforme, ter a densidade disso mesmo, e assim matar não a alegria que me darias, mas a ansiedade que me mata a espera pela alegria perdida."
 
 
Este livro é feito de ansiedade, do início ao fim. Os textos, perdidos em si mesmos, pequenos e dispersos, são também o reflexo de uma ansiedade arrastada por todo o lado.
Não há muito mais a dizer sobre isto.
Uma ansiedade que mata lentamente, num medo atroz de perder todo o ar acumulado como garantia de uma sobrevivência calma e cobarde, mas segura.
Uma ansiedade justificada unicamente pelo medo da solidão que espreita todos os dias pela mesma, sinistra, porta de madeira:
 
"...a solidão, que é a doença que faz doer as doenças todas."
 
 
É um livro angustiante. Já o li há alguns meses e não me decidi a escrever sobre ele por isso mesmo. A minha opinião é que apesar de ter passagens verdadeiramente bonitas, frases com muito sentido, e muito bem escritas, é um livro que consegue ser mesmo... ansioso. O título não poderia ser mais ajustado.
 
Boas leituras.
 
 
Ao som de: Smashing Pumpkins "Ugly"
 

 
www.wook.pt: Uma personagem perde-se claustrofobicamente na noite de uma depressão, cercada por caminhos sem saída, por soluções que nada resolvem. A dor e o sofrimento controlam um olhar que já não consegue contemplar o sujeito, que já não se distancia o suficiente para compreender a dimensão do covil onde primeiro se escondeu por protecção e rapidamente acabou por se tornar numa prisão.
 
 
 


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