Volta e meia todos nós precisamos de uma história feita de adrenalina, um thriller, um suspense que nos preencha os dias, que nos agite a curiosidade. Para tal requisito, optei pela leitura do tão aclamado livro de Javier Castillo: «O dia em que perdemos a cabeça», editado pela Suma de Letras.
Tudo começa quando no dia 24 de Dezembro de 2013, um homem surge nu nas ruas segurando nas mãos a cabeça decapitada de uma mulher. Desde logo, a curiosidade é vendida e paga a pronto pagamento. Confesse leitor, não quer descobrir o que aconteceu? Eu quis. E li. Até ao fim.
A investigação deste assombroso caso ficará ao cargo do Dr. Jenkins, psicólogo e diretor do centro psiquiátrico daquela cidade, bem como Stella Hyden, uma jovem agente do FBI, ainda pouco experiente.
Ao longo do livro, o leitor terá a oportunidade de, vertiginosamente, acompanhar um caso que parece não ter fim. O suposto assassino, de um penetrante olhar azul, nada diz e tudo parece continuar a acontecer pelas artes mais sombrias e inexplicáveis. Há mortes que continuam a surgir. O homem continua preso, as perguntas continuam a nascer desenfreadamente. Quem é ele? O que fez? Quais os motivos por detrás de tudo isto?
Os motivos são muitos. E todos, todos, parecem estar envolvidos. Ligados pelo destino.
«O dia em que perdemos a cabeça» poderia ser dividido em duas partes, em termos de reações impostas ao leitor: até aproximadamente à página 250, o leitor dedicar-se-á freneticamente à leitura, sem parar, na tentativa prepotente de descobrir, primeiro que todos, o que raio se passa ali. Contudo, após ultrapassar aquelas páginas, outro aspeto curioso nos é comprado: a incredulidade.
É precisamente neste ponto que vou parar, para o provocar. Javier Castillo teceu uma história irrepreensível capaz de nos comprar a curiosidade ao longo de quase todo o livro. Porém, ultrapassadas ali as tais 250 páginas, goza com a nossa cara. Goza, pois. E isto não tem de ser necessariamente mau.
O desenvolvimento deste caso fará com que o leitor coincida os pensamentos com muitas das personagens, todas elas, sem exceção, fragilizadas. Serão várias as temáticas que lhe provocarão essa tal incredulidade. Era isto? perguntar-se-á. Apenas isto? Com base em quê?
Não lhe contarei mais porque a boa novidade é que hoje falamos de uma história inacabada. Haverá continuação (salvo erro o título será «O dia em que perdemos o amor») e, estou certa e esperançosa, de que Javier Castillo nos saciará, de vez, a curiosidade e, astutamente, apagará a nossa incredulidade perante uma história vertiginosa, com muitas pontas soltas que se desejam firmes, num nó bem apertado.
Assim seja.
Vá descobrir também.
Venha, depois, contar-me tudo.
Com o apoio:
Seja feliz,
1 comentário:
Continua sim, há segunda e terceira parte, pelo menos em espanhol :)
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