Vencedora do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018, a segunda obra de Djaimilia Pereira de Almeida, «Luanda, Lisboa, Paraíso», é um livro escrito com sensibilidade na ponta dos dedos e que passa, irremediavelmente, para as mãos de quem o decide ler.
Cartola decide partir de Angola na tentativa de encontrar um tratamento médico capaz de salvar, e corrigir, o pé torto do seu filho Aquiles, cujo nome se lhe adequava inteiramente. Essa promessa de cura, à luz de uma específica cirurgia, poderia ser apenas contemplada quando Aquiles completasse 15 anos. Será nessa altura que ambos decidem largar a terra natal e seguem caminho para Lisboa.
É também a partir deste ponto que a história nasce na luz do preconceito social e do estigma de quem vive num país que não é o seu.
"Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita."
Este adágio prediz uma história pautada por muitas dificuldades e que, inquestionavelmente, alimentará a distância não só de Angola, como dos afetos entre um pai que deseja ser um modelo e de um filho cada vez mais desanimado e descrente sobre tudo o que a vida encerra.
Djaimilia Pereira de Almeida escreve uma história sensível sobre a relação entre um pai e um filho e o preconceito social através de uma jornada de muitos infortúnios e frustrações. Uma história que deixará o leitor abismado com a capacidade simultânea da autora de nos fazer oscilar entre uma enorme tristeza e uma enorme esperança.
Porque também é sobre esperança que nos escreve: a esperança como destino de todos os desafios que a vida nos impõe. De e para sempre.
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