"(...) Este romance relembrar-nos-á porque somos amantes dos livros e porque é agradável ler alguns finais felizes."
Library Journal
Que o amor é assunto assumido na maioria da literatura, um pouco por todo o mundo, é certo e sabido. É, porém, discutido a forma como é feito. Poderia, então, dissertar entre o livro leve e o pesado, sem balança à mistura, pois certamente compreenderiam onde quereria eu chegar. Há os bons livros. Há os maus livros. Há, depois, a opinião de cada um e há, certamente, um livro certo para cada um. Tal como, me quer parecer, uma pessoa também.
Não será assim nos assuntos do coração? Cada história é, à sua maneira, única e especial, por vezes encontrada nos sítios mais recônditos, inesperados e incertos. Tal como neste livro que hoje vos trago: «A Livraria dos Finais Felizes».
Por muito que gostemos de nos armar da nossa carapaça protetora de quem tudo pode e supera, é igualmente certo e sabido que no fundo de qualquer desejo, reside a vontade de sermos felizes. É por isso que histórias como a «Cinderella» habitam nos corações de muita gente, bem como tantas outras histórias que nos moldam formas de pensar, de ser, de sentir. Sejamos, pois, um pouco recetivos às histórias com um final feliz, recusando nem que seja por meros minutos, essa cultura do fado, tão tipicamente nossa, do povo cinzento e triste que em si carrega os versos que não diz (já dizia a Florbela!) com receio de que não venham a acontecer. Não vá o Diabo tecer das suas.
Na «Livraria dos Finais Felizes» o leitor conhecerá a jovem Sara e a amizade improvável que travou com Amy, de sessenta e cinco anos, uma senhora simpática residente numa pequena cidade perdida no meio do Iowa. A improbabilidade dessa amizade tem os livros como principais intermediários: Sara trabalha numa livraria e é através de um pedido de Amy que a amizade surgirá, conhecendo o amor genuíno que ambas nutrem pela literatura. Com base nessa amizade que a distância faz imperar, Amy desafia Sara a visitar a sua pequena cidade. Acontece, porém, que à chegada, Sara é confrontada com a morte de Amy.
Numa história bem construída, Katarina Bivald preenche o seu cenário de personagens cativantes de uma pequena cidade que, tal como se prezam, acolherão Sara com todo o carinho.
Num percurso comovedor, o leitor não só conhecerá uma bela história de amor entre Sara e Tom como, também, as particularidades de uma pequena cidade, de cidadãos unidos entre si pelo bem maior da sua comunidade, arriscando até - imagine-se! - ao desafio às autoridades.
Katarina Bivald escreve de mão firme uma história comovedora, repleta de ternura e com um amplo final feliz. Mas não é tudo, leitor.
«A Livraria dos Finais Felizes» existe mesmo ali. Se aquela pequena comunidade de Broken Wheel deu uma nova oportunidade a Sara, também esta proporcionou àquele pequeno pedaço de lugar o melhor dela mesma: um amor incondicional aos livros e a prova de que há um livro para cada pessoa e uma pessoa para cada livro.
A prova de que a literatura, mais do que uma lufada de ar fresco, orienta, refaz, permite.
Boas leituras.
Bem haja à Penguim Random House por esta surpresa.
Para os mais românticos, deixo uma das músicas mais bonitas de sempre.
(...e que ninguém se atreva a contradizer-me!)
6 comentários:
Pelo título estava à espera de uma obra de literatura cor de rosa, mas pela resenha descubro que é mesmo uma história romântica mas sobre o amor à literatura.
Olá Carlos!
É um livro cheio de romantismo sim. A diferença é que a esse romantismo todo, acrescenta o amor à literatura e a capacidade de transformação que os livros podem exercer na vida de cada um. É interessante.
Boas leituras!
Olá, Denise,
Convenceste-me :D adoro livros sobre livros.
beijinhos e boas leituras!
Olá Su,
É mais do que isso, é também uma grande história de amor. O pano de fundo sobre a literatura é o seu grande ponto forte. E diferenciador ;)
Beijinhos e boas leituras!
Olá!!!!
Partilho a opinião do Carlos Faria. Quando vi o livro parecia-me mesmo um romance cor-de-rosa mas, depois de ler a tua opinião, percebi que era muito mais do que isso. Fiquei mesmo com vontade de o ler!
Beijinhos
Olá Kel, que bom ver-te por aqui :)
Sim, é mais do que isso apesar do romantismo estar igualmente bem patente em todo o livro. Vale a pena, até porque volta e meia sabe bem um final feliz! ;)
Beijinhos e muitas leituras
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