Através de um trecho de uma biografia, neste ensaio «Dinheiro e Amor», Woolf aponta o dedo a estas duas questões que, aparentemente, não se conseguem casar. Mas mais do que isso, a autora sublinha aqui a mesquinhez em detrimento dos afetos, esses, que deveriam assumir um lugar cimeiro na vida de qualquer um.
Ora. Sabemos muito bem que deveriam assumir sim, mas que nada disso corresponde à verdade. Sobretudo, nos dias de hoje. Dias rápidos como a comida do McDonald's.
Pessoalmente, eu não percebo. Não percebo a desordem sentimental e o desentendimento dos dias de hoje. Virginia Woolf enfatiza a impossibilidade de se acreditar nisso mesmo, nos amores aparentemente impossíveis, com base nos estatutos sociais, e não só. Na dificuldade em acreditar.
O dinheiro parece imprimir uma marca de água na pessoa, que a destaca, que a diferencia, que a torna imponente na forma de ser, de estar, de sentir. Acontece que tudo isso não passa de uma mera mesquinhez de quem vê (não sente) o coração apenas como instrumento.
O amor tem a desfaçatez de surgir onde menos se esperaria e é por isso que simpatizo tanto com ele. Distorce tudo o que, eventualmente, seria para ser de uma forma expectável só porque sim, porque faria muito mais sentido. Mas entendam isto, de uma vez por todas: em assuntos do coração nada faz sentido, nada é para se conjugar com as cores e humores dos dias.
Nos assuntos do coração, quem manda é desconhecido.
E felizes são os que alinham, sem questionar.
Não encontrarás a paz ao evitares a vida.
4 comentários:
Na realidade fico curioso em conhecer esta escritora como ensaísta uma vertente dela que desconheço
Só posso recomendar! :)
estou curiosa
Tim :)
Vale a curiosidade. E muito!
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