Dinheiro e Amor (Virginia Woolf)

segunda-feira, 31 de outubro de 2016


Através de um trecho de uma biografia, neste ensaio «Dinheiro e Amor», Woolf aponta o dedo a estas duas questões que, aparentemente, não se conseguem casar. Mas mais do que isso, a autora sublinha aqui a mesquinhez em detrimento dos afetos, esses, que deveriam assumir um lugar cimeiro na vida de qualquer um.
 
Ora. Sabemos muito bem que deveriam assumir sim, mas que nada disso corresponde à verdade. Sobretudo, nos dias de hoje. Dias rápidos como a comida do McDonald's.
 
Pessoalmente, eu não percebo. Não percebo a desordem sentimental e o desentendimento dos dias de hoje. Virginia Woolf enfatiza a impossibilidade de se acreditar nisso mesmo, nos amores aparentemente impossíveis, com base nos estatutos sociais, e não só. Na dificuldade em acreditar.
 
O dinheiro parece imprimir uma marca de água na pessoa, que a destaca, que a diferencia, que a torna imponente na forma de ser, de estar, de sentir. Acontece que tudo isso não passa de uma mera mesquinhez de quem vê (não sente) o coração apenas como instrumento.
 
O amor tem a desfaçatez de surgir onde menos se esperaria e é por isso que simpatizo tanto com ele. Distorce tudo o que, eventualmente, seria para ser de uma forma expectável só porque sim, porque faria muito mais sentido. Mas entendam isto, de uma vez por todas: em assuntos do coração nada faz sentido, nada é para se conjugar com as cores e humores dos dias.
 
Nos assuntos do coração, quem manda é desconhecido.
E felizes são os que alinham, sem questionar.
 
 
Não encontrarás a paz ao evitares a vida.
A Virginia é que sabe.

 

4 comentários:

Carlos Faria disse...

Na realidade fico curioso em conhecer esta escritora como ensaísta uma vertente dela que desconheço

Denise disse...

Só posso recomendar! :)

Tim disse...

estou curiosa

Denise disse...

Tim :)

Vale a curiosidade. E muito!

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