A Rosa do Adro (Manuel M. Rodrigues) | Ler(-te) em Português #Fevereiro

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019



Sobre «A Rosa do Adro», Vergílio Ferreira disse: «Porque é extremamente intrigante que um livro assim, "medíocre", ignorado, evidentemente, creio que por todas as Histórias da Literatura, perdure para o interesse de sucessivas gerações.»
 
"Publicada pela primeira vez em 1870 pela Companhia Portuguesa Editora, A Rosa do Adro é a obra mais conhecida de Manuel Maria Rodrigues, escritor nunca reconhecido em vida, apesar de (...) o presente livro ter sido um grande êxito de vendas."
 
E a intriga parece permanecer em torno deste que é, inegavelmente, um dos grandes clássicos da literatura portuguesa. Ainda bem que assim é. Espero que, eventualmente, essa intriga, essa pequena onda de mistério à sua volta, incite mais pessoas a conhecer a vida da malograda Rosa do Adro.
 
Nesta história ninguém foi feliz.
 
Vamos entrar numa pacata aldeia minhota e acompanhar a história de uma mulher. Essa mulher é Rosa do Adro, ela que ganhou da natureza os mais lindos adornos. Rosa é uma mulher bela, olhar vivo, corpo desenvolto, feliz enquanto costureira. Uma jovem mulher que pela sua beleza e vivacidade, animava também a pequena aldeia e os seus moradores, todos eles, encantados com Rosa e com a sua voz de cantora.
 
Eram muitos os rapazes que lhe cobiçavam amor. Paravam onde a podiam encontrar, entabulando conversas simpáticas, sonhando entre todos qual deles o capaz de lhe roubar o coração. Não quis a vida, porém, que fosse algum deles. Foi antes Fernando, jovem da aldeia, mas estudante de Medicina no Porto. Também Fernando era um homem belo, bom corpo, capaz e sedutor.
 
Se até então o coração de Rosa, sempre amável mas fechado em si mesmo, nunca se lhe escapulira do peito descontrolado, foi com o Sr. Fernandinho que tudo mudou. Um primeiro olhar, depois de anos de infância finda, que se percebeu na jovem um amor que jamais quis crer ser possível. Toda ela tremia, ignorando as emoções que um coração assolapado vende. Fernando, jovem e impulsivo, não mais esqueceu o olhar daquela pequena mulher, jurando a si mesmo um amor que não poderia conhecer limites.
 
O falatório depressa ganhou forma. O Sr Fernandinho e Rosa andam conversados. A polémica depressa se instaurou porque também nisto de amores é preciso saber encaixá-los onde de direito. Jamais Fernando, futuro médico de elevado estatuto social, poderia casar com a simples Rosa do Adro. Ainda assim, o amor persistia e mesmo com as advertências de sua avó, Rosa não proibiu Fernando de se encontrarem longe dos olhares de todos.
 
Pareciam ter encontrado uma solução. Mas não. Um vulto escuro espiava, todas as noites, as suas conversas e encontros. Era António, o ajudante do Padre, outrora o homem mais esperançoso de que um dia namoraria Rosa. Após o confronto e a sinceridade daquela perante a impossibilidade de amor, António ganhou uma raiva poderosa que viria a tornar o desfecho de todos os personagens na maior das tragédias. Também Fernando escondia um segredo de nome Deolinda.
 
Nesta história ninguém foi feliz.
 
Há sempre a tendência de procurar vilões, inocentes e heróis. Aqui talvez os encontre um pouco em cada personagem, tudo em prol de um bem maior chamado amor. Ao destino imaginado, porém, parece ninguém ter chegado.
 
 
Deolinda, esse poço de virtudes, quis amar.
António, o desventurado, quis amar.
Fernando, amou.
Rosa do Adro amou mais do que ninguém.
No fim, restará a memória.
 
 
Um clássico da nossa literatura que tem de ser redescoberto. O autor com o seu conhecido narrador intrometido, dará ao leitor todos os motivos para aguçar a curiosidade e desejar, com todo o fervor, conhecer o desfecho de uma personagem intemporal: a nossa Rosa do Adro.
 
Leia também e venha contar-me tudo.
 
 
 
 
Desafio pessoal
 
 
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Seja feliz,

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