Há certas coisas que eu não compreendo e isso não quer dizer, de todo, que seja contra, que esteja a criticar. Nada disso. No entanto, é um tema que me suscita muitas questões.
Ler é para mim um dos meus maiores prazeres. Desde muito pequena, assim que aprendi a ler, incitada igualmente pelo amor da minha mãe aos livros, ler tornou-se num verbo terapêutico para qualquer enfermidade que me assista.
Atualmente, fruto deste avanço tecnológico e da (feliz) criação de mais blogues literários e, sobretudo, de vlogs sobre livros, apercebo-me de uma tendência a contabilizar páginas lidas, a gerir números de páginas e dias que sobram para terminar um livro, contagem sistemática de minutos dedicados à leitura, etc. Não é uma questão que possa levar um carimbo de certo ou errado mas, como já disse anteriormente, deixa-me a pensar: toda esta gestão e contabilidade na leitura não lhe tira o prazer que se subentende? Não será matemática a mais numa prática que deveria deixar, simplesmente, fluir os pensamentos, adquirir mais informação, possibilidades generosas de reflexões que os grandes escritores nos desafiam sempre, entre tantos outros benefícios? É bom sim ter alguns desafios pessoais, eu própria crio os meus para mim, assim como algum método numa era em que o tempo não abunda, mas não estará a resvalar para um pequenino exagero?
Acredito que a intenção dos criadores de conteúdos integrados na literatura seja, precisamente, a promoção da leitura, na qual lhes deixo uma grande vénia, contudo, creio que para um amor crescer não pode, de todo, ser controlado. O mesmo acontece, na minha opinião, com o amor aos livros.
Para pensar.
Pense comigo também.
Seja (muito!) feliz
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